sábado, 31 de janeiro de 2015

Ouro - (Au)

Apesar de ser utilizado como moeda de troca desde 3.000 a.c., apenas no final do século XVIII o ouro adquiriu status monetário universal

  • O ouro (do latim aurum, "brilhante") é um elemento químico de número atômico 79 (79 prótons e 79 elétrons) que está situado no grupo onze (IB) da tabela periódica, e de massa atômica 197 u. O seu símbolo é Au (do latim aurum).
Conhecido desde a Antiguidade, o ouro é utilizado de forma generalizada em joalharia, indústria e eletrônica, bem como reserva de valor. 

Características principais:
  • É um metal de transição brilhante, amarelo, denso, maleável, dúctil (trivalente e univalente) que não reage com a maioria dos produtos químicos, mas é sensível ao cloro e ao bromo.
À temperatura ambiente, apresenta-se no estado sólido. Este metal encontra-se normalmente em estado puro e em forma de pepitas e depósitos aluvionais e é um dos metais tradicionalmente usados para cunhar moeda.
  • É facilmente manuseável e maleável que, com apenas um grama de ouro, é possível obter um fio de 3 quilômetros de extensão e 0,005 milímetros de diâmetro, ou uma lâmina quadrada de 70 centímetros de largura e espessura de 0,1 micrômetro.
O ouro puro é demasiadamente mole para ser utilizado. Por essa razão, geralmente é endurecido formando liga metálica com prata e cobre. O ouro e as suas diversas ligas metálicas são muito empregados em joalherias, fabricação de moedas e como padrão monetário em muitos países.
  • Devido à sua boa condutividade elétrica, resistência à corrosão e uma boa combinação de propriedades físicas e químicas, apresenta diversas aplicações industriais.


Compostos:
  • Apesar de ser um metal nobre ( devido a baixa reatividade ) forma diversos compostos, sendo o tricloreto de ouro ( AuCl3 ) e o ácido cloroaurico ( HAuCl4 ) os dois dos compostos mais comuns do ouro. Geralmente, nestes compostos, apresenta estados de oxidação +1 e +3.
Forma também óxido de ouro (III), Au2O3, halogenetos e complexos com estados de oxidação +1 e +3. Existem, ainda, alguns complexos raros de ouro com estados de oxidação +2 e +5. Estes apresentam baixos índices de coordenação e apresentam tendência a linearidade: L-Au-L.
  • Quando ocorrem ligações químicas entre os próprios átomos de ouro formam os chamados cúmulos de ouro ( compostos cluster ). Alguns deles são denominados ouro líquido.
Isótopos:
  • Existe somente um isótopo estável do ouro ( Au-197 ), porém existem 18 radioisótopos, sendo o Au-195 o mais estável com uma meia-vida de 186 dias.
Aplicações:
  • O ouro exerce funções críticas em computadores, comunicações, naves espaciais, motores de reação na aviação, e em diversos outros produtos. 
A sua elevada condutividade elétrica e resistência à oxidação têm permitido um amplo uso em eletrodeposição, ou seja, cobrir com uma camada de ouro por meio eletrolítico as superfícies de conexões elétricas, para assegurar uma conexão de baixa resistência elétrica e livre do ataque químico do meio. O mesmo processo pode ser utilizado para a douragem de peças, aumentando a sua beleza e valor. 
  • Como a prata, o ouro pode formar amálgamas com o mercúrio que, algumas vezes, é empregado em restaurações dentárias. 
  • O ouro coloidal (nano-partículas de ouro) é uma solução intensamente colorida que está sendo pesquisada para fins médicos e biológicos. Esta forma coloidal também é empregada para criar pinturas douradas em cerâmicas.
  • O ácido cloroáurico é empregado em fotografias. 
  • O isótopo de ouro 198Au, com meia-vida de 2,7 dias, é usado em alguns tratamentos de câncer e em outras enfermidades. 
  • É empregado para o recobrimento de materiais biológicos, permitindo a visualização através do microscópio eletrônico de varredura (SEM).
  • Utilizado como cobertura protetora em muitos satélites porque é um bom refletor de luz infravermelha.
Abundância e obtenção:
  • Por ser relativamente inerte, pode-se encontrá-lo como metal, às vezes como pepitas grandes, mas geralmente se encontra em pequenas inclusões em alguns minerais, como quartzo, rochas metamórficas e depósitos aluviares originados dessas fontes.
O ouro está amplamente distribuído, e amiúde encontra-se associado ao quartzo e pirite. É comum como impureza em muito minérios, de onde é extraído como subproduto. Como mineral é encontrado na forma de calaverita, um telureto de ouro. A África do Sul é o principal produtor de ouro, extraindo aproximadamente dois terços de toda a procura mundial deste metal.
  • O ouro é extraído por um processo denominado lixiviação com cianeto. O uso do cianeto facilita a oxidação do ouro formando-se (CN)22- em dissolução.
Para separar o ouro da solução procede-se a redução empregando,por exemplo, o zinco. Tem-se tentado substituir o cianeto por outro ligante devido aos problemas ambientais que gera, porém não são rentáveis ou também são tóxicos.
  • Espalhado em toda a crosta terrestre numa baixíssima concentração média (5 gramas em 1000 toneladas), e mais baixa ainda nas águas dos oceanos (de 0,1 µg/kg a 2 µg/kg), onde se estima haver bilhões de toneladas de ouro mas de exploração economicamente inviável pelos métodos atuais (um trilhão de litros de água do mar contém 120 kg, ou 1 quilo em mais de 8,3 bilhões de litros, a água consumida por uma cidade como São Paulo em mais de 10 anos).
As minas onde o ouro se encontra em teores econômicos têm geralmente acima de 3 gramas por tonelada; se o mesmo teor fosse encontrado no mar, 1 trilhão de litros poderia fornecer 3 mil toneladas de ouro.

História:
  • Arqueologistas sugerem que o primeiro uso do ouro começou com as primeiras civilizações no Oriente Médio. É possível que tenha sido o primeiro metal utilizado pela humanidade.
O mais antigo artefato em ouro foi encontrado na tumba da Rainha Egípcia Zer. Conhecido na Suméria, no Egito existem hieróglifos egípcios de 2600 a.C. que descrevem o metal, que é referido em várias passagens no Antigo Testamento. É considerado como um dos metais mais preciosos, tendo o seu valor sido empregue como padrão para muitas moedas ao longo da história.

Simbologia do ouro:
  • O ouro é usado como símbolo de pureza, valor, realeza e ostentação. O principal objetivo dos alquimistas era produzir ouro a partir de outras substâncias, como o chumbo.
Muitas competições premiam o vencedor com medalha de ouro, o segundo colocado com medalha de prata , e o terceiro colocado com medalha de bronze = cobre (os três pertencentes ao mesmo grupo (11) da tabela periódica dos elementos).

Papel biológico:
  • O ouro não é um elemento químico essencial para nenhum ser vivo. Alguns tiolatos (ou semelhantes) de ouro são empregados como anti-inflamatórios no tratamento de artrites reumatoides e outras enfermidades reumáticas. O funcionamento destes sais de ouro não é bem conhecido. O uso do ouro em medicinal é conhecido como crisoterapia.
A maioria destes compostos são pouco solúveis, portanto devem ser injetados. Alguns são mais solúveis e podem ser administrados via oral, sendo melhor tolerados. Este tratamento pode apresentar efeitos secundários, geralmente leves, porém é a primeira causa do abandono do tratamento pelos pacientes.

Precauções:
  • O corpo humano não absorve bem este metal, e seus compostos não são muito tóxicos. Até 50% dos pacientes com artrose, tratados com medicamentos que contém ouro, têm sofrido danos hepáticos e renais.
Antídoto e tratamento de emergência:
  • BAL (British antiLewisite, é o 2,3-dimercaptopropanol) é um agente quelante usado no tratamento do envenenamento pelo ouro.
Doses adequadas de BAL devem ser dadas para assegurar um excesso de BAL livre. Uma concentração insuficiente de BAL pode permitir a dissociação do complexo BAL-Au.
  • Este quelato dissocia-se mais rapidamente numa urina ácida; deve existir uma função renal adequada para permitir a eliminação completa do complexo.
O Mercado do Ouro:
  • O mercado de ouro, assim como o mercado de ações, integra o grupo dos chamados mercados de risco já que suas cotações variam segundo a lei da oferta e da procura.
No mercado internacional, os principais centros que negociam ouro são Londres e Zurique onde o ouro é negociado no mercado de balcão e não via bolsas.
  • Outro grande centro de negócios é a Bolsa de Mercadorias de Nova York (COMEX) onde só se opera em mercado futuro. Há também nesta praça um forte mercado de balcão para o ouro físico.
As operações com ouro no Brasil:
  • No Brasil, o maior volume de comercialização de ouro se faz através da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que é a única no mundo que comercializa ouro no mercado físico.
As cotações do ouro, no exterior, são feitas em relação à onça troy, que equivale a 31,104g. No Brasil, a cotação é feita em reais por grama de ouro puro.
  • O preço do ouro, no Brasil, vincula-se, historicamente, às cotações de Londres e Nova York, refletindo, portanto, as expectativas do mercado internacional. Sofre, entretanto, influência direta das perspectivas do mercado interno e, principalmente, das cotações do dólar flutuante.
Assim o preço interno é calculado diretamente segundo as variações do preço do dólar no mercado flutuante e dos preços do metal na bolsa de Nova York.
  • O preço do grama do ouro em reais, calculado a partir do preço da onça em dólares (pela cotação do dólar flutuante) fornece um referencial de preços. Tradicionalmente, a cotação da BM&F mantém a paridade com este valor referencial variando 2%, em média, para baixo ou para cima.
Existem dois tipos de investidores no mercado de ouro no Brasil: o investidor tradicional - que utiliza o ouro como reserva de valor -, e o especulador - que está à procura de ganhos imediatos e de olho na relação ouro/dólar/ações procurando a melhor alternativa do momento. Atualmente há dois mercados no Brasil para o ouro: 
  • Mercado de balcão - operações são fechadas via telefone; após o pagamento, o comprador tem duas opções deixar o ouro depositado em custódia em uma instituição financeira, levando consigo um certificado de custódia; retirar fisicamente a quantidade de ouro adquirida. 
Mercado spot nas bolsas - a entrega do ouro se dá em 24 horas, os volumes negociados são transferidos automaticamente entre as contas dos clientes em diferentes bancos, sem que o metal passe pelas mãos de quem negocia. 
  • No mercado de bolsas, trocam se certificados de propriedade. Em qualquer caso, a responsabilidade pela qualidade do metal é da fundidora e não do banco, que é apenas o depositário.
Provas de Ouro:
  • São mundialmente reconhecidas as seguintes provas de ouro: 375, 500, 583, 585, 750, 958, 996, 999,9 (usada na indústria aeroespacial).
Encontra-se com maior frequência a mistura (liga) de ouro com o nº 583. As ligas desta prova podem ter diferentes cores, dependendo da quantidade e composição dos metais.
  • Por exemplo, se na liga de ouro da prova nº 583 (58,3% de ouro) contém cerca de 36% de prata e cobre 5,7%. Esta liga tem um tom de cor ligeiramente verde, se for 18,3% de prata e 23,4% de cobre - fica com cor de rosa, se for 8,3% de prata e 33,4% de cobre - uma cor avermelhada.
Ouro com a prova nº 958 é de três componentes, para além de ouro contém prata e cobre e é usado, geralmente, para fazer alianças. Esta liga tem uma cor amarela-forte e é próxima de cor de ouro puro.
  • Na liga nº 750 também existe cobre e prata, mas às vezes podem ser usados paládio, níquel ou zinco. Tem uma cor amarela-esverdeada, também tons avermelhados até a cor branca. Esta liga é facilmente difundida, mas se contém mais de 16% de cobre a cor perde gradualmente o seu brilho.
A liga de prova nº 375 normalmente contém: ouro 37,5%, prata 10,0%, cobre 48,7%, paládio 3,8% e é usada para fazer alianças. Também existe uma vasta utilização de "ouro branco", que contém:
  • Na liga de ouro de nº 583: prata 23,7-28,7%, paládio 13,0-18% ou níquel 17%, zinco 8,7%, cobre 16%; 
  • Na liga de ouro nº 750: prata 7,0-15,0%, paládio até 14%, níquel até 4%, zinco até 2,4% ou níquel 7,5-16,5%, zinco 2,0-5,0% e cobre até 15%. 

Celular
(cartões SIM e cartões de bancos, placas de memória, terminal da bateria), 
todos esses itens têm uma certa quantidade de ouro.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Os incentivos a Eficiência energética

Automóveis terão metas de eficiência energética

  • Classificados como instrumentos regulatório-normativos, as normas encontram-se entre as medidas mais antigas e mais comumente utilizadas para aumentar a EE dos aparelhos encontrados em edifícios comerciais e residenciais. Em geral, são aplicadas para todos os usos finais e tipos de combustíveis, porém as principais aplicações são em iluminação, aquecimento e equipamentos de refrigeração (ÜRGE-VORSATZ; CZAKÓ e KOEPPEL, 2007). 
Os padrões e normas consistem na definição de um nível mínimo de EE ou máximo de consumo de energia para classes de produtos, como refrigeradores, que deve ser alcançado pelo fabricante para os produtos disponibilizados no mercado. Os índices de desempenho mínimo são, portanto, mecanismos de políticas públicas que visam a restringir que sejam comercializados produtos não enquadrados em requerimentos específicos de consumo energético, eliminando equipamentos ineficientes do mercado e promovendo a conservação de energia (MELO E JANNUZZI, 2009). 
  • Os padrões para equipamentos, em geral, são aplicados em conjunto com a etiquetagem (mecanismo que será detalhado adiante) e sua utilização ocorre normalmente em duas etapas: a primeira delas estabelece um desempenho mínimo padrão para os equipamentos específicos, ao passo que a segunda etapa consiste na especificação de procedimentos de testes para estimar ou classificar a EE de determinados aparelhos (HARRY, 2005). O impacto deste mecanismo em edifícios está relacionado principalmente à redução na demanda por energia pelos equipamentos utilizados dentro da edificação, minimizando o consumo energético como um todo.
Geller (2006) elenca algumas vantagens associadas a este instrumento de promoção da EE, destacando: o potencial para gerar grandes economias de energia; a imposição de mudanças no comportamento (transformação de mercado); o tratamento equânime de fabricantes, distribuidores e varejistas; facilidade na quantificação da energia economizada, a qual pode ser rapidamente observada; estímulo à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias mais avançadas, além do fato de ser uma forma custo-efetiva de reduzir o desperdício de energia. 
  • Uma das barreiras à implementação deste mecanismo, no entanto, é a falta de um ambiente regulatório bem delineado. Assim, a aplicação dos padrões deve permitir o avanço gradual do mercado, e eles devem ser revisados e atualizados periodicamente a fim de manter uma constante inovação, refletir o desenvolvimento tecnológico, além de serem claramente comunicados aos fabricantes. 
Testes constantes e experimentação, tanto de produtos internos quanto daqueles importados, são necessários para assegurar que a norma seja cumprida e os resultados sejam eficazes. O chamado efeito rebote pode também ser um obstáculo à obtenção dos efeitos esperados, já que os ganhos de EE alcançados com a medida podem, por vezes, ser compensados pela compra de novos equipamentos consumidores de energia, não alterando, portanto, o consumo energético final. Uma das formas de minimizar o efeito rebote é aliar as normas e padrões a programas de informação que alertem os consumidores para um consumo global mais eficiente (ÜRGE-VORSATZ; CZAKÓ e KOEPPEL, 2007).
  • Tendo em vista que este trabalho trata da questão da EE sob o conceito de planejamento integrado de recursos, incentivos à adoção de sistemas de geração renovável distribuída conectados à rede são abordados adiante neste capítulo. Ressalta-se, desta forma, a importância da aplicação de normas de desempenho mínimo também para as novas tecnologias de geração renovável no mercado, como, por exemplo, os componentes para geração fotovoltaica, sejam eles importados ou fabricados nacionalmente. Assim, busca-se garantir não somente a diversificação da matriz energética, mas também o uso de equipamentos eficientes que demandem um menor consumo de energia e outros recursos no próprio processo de geração de eletricidade.

Os incentivos a Eficiência energética

Incentivos e Instrumentos Fiscais:
  • As isenções fiscais ou reduções de impostos para EE e GR visam a uma redução no custo dos produtos/serviços energeticamente mais eficientes e de novas tecnologias, que deve refletir em preços menores ao consumidor. Este mecanismo fiscal pode tanto incentivar investimentos na produção (redução fiscal voltada para a produção) como estimular os consumidores a adquirir produtos que consumam menos energia (neste caso, a redução/isenção fiscal seria atribuída diretamente aos produtos eficientes disponibilizados no mercado). 
É importante, no entanto, que a redução fiscal seja claramente direcionada para os produtos mais eficientes e não para uma determinada classe de produtos, sem diferenciar aqueles que consomem mais ou menos energia. Além disso, a redução/isenção fiscal deve ser temporária, no sentido em que o propósito ao longo do tempo é gerar uma transformação de mercado, sendo o benefício fiscal não mais necessário (HARRY, 2005). Este mecanismo pode ser aplicado não somente para produtos e equipamentos mais eficientes, mas também para edifícios que tenham sido construídos com base em critérios de eficiência e, portanto, consumam menos energia.

Impostos sobre a Energia ou Carbono:
  • As taxas sobre carbono são cobradas de combustíveis fósseis e produtos relacionados, dependendo do teor de carbono, a fim de reduzir seu consumo e as emissões associadas (LIN e LI, 2011). Os impostos sobre a energia, por sua vez, podem ser aplicados pelo governo em qualquer ponto da cadeia de suprimento energético, a fim de elevar o preço da energia ao usuário final (CROSSLEY; MALONEY e WATT, 2000). 
Tanto o imposto sobre o carbono quanto sobre a energia têm por objetivo minimizar falhas de mercado através da internalização econômica das externalidades, permitindo que os preços de bens e serviços reflitam os custos sociais e ambientais, e o consumidor responda ao aumento no preço (HARRY, 2005). 
  • As taxas sobre energia podem ser desenhadas de formas diferentes. Uma delas é a taxação progressiva, em que o imposto aumenta de acordo com o aumento do consumo de energia pelo usuário final, contribuindo de forma mais eficaz para modificações no comportamento do consumidor. As taxas planas são aquelas que não variam, independentemente do nível de consumo de energia pelo usuário final (CROSSLEY; MALONEY e WATT, 2000). No caso de edificações, as taxas sobre carbono podem incidir desde a etapa de construção, operações e renovação até a fase de demolição, afetando todo o ciclo de vida de um edifício (LOWE 2000 apud ÜRGE-VORSATZ, 2007).
Dentre os principais benefícios deste mecanismo está o fato de que o aumento do preço da energia ou de produtos com alto teor de carbono no mercado pode contribuir para mudanças nos hábitos de consumo, proporcionando uma busca por produtos mais eficientes e opções alternativas mais limpas de energia. Além disso, a renda obtida com os impostos pode ser reinvestida pelo governo em programas que estimulem a EE ou a GR. Caso as taxas não sejam revertidas para medidas deste tipo, os impostos podem se tornar impopulares (LIN e LI, 2011). 
  • O impacto das taxas sobre a energia e carbono, no entanto, pode variar de acordo com a elasticidade-preço da demanda (CROSSLEY; MALONEY e WATT, 2000). Neste sentido, quanto maior a elasticidade preço da demanda, maior será o impacto sobre o comportamento do consumidor, uma vez que ele optará por consumir produtos alternativos mais eficientes. Por outro lado, os efeitos de mitigação das taxas podem ser enfraquecidos por políticas de isenção a empresas energo-intensivas, por exemplo (LIN e LI, 2011).
Ações Voluntárias, de Suporte e Informação:
  • Mecanismos de suporte à informação visam a aumentar o entendimento e a consciência das diversas partes com relação à EE de produtos e serviços, assim como seus benefícios econômicos e ambientais. Intentam também persuadir os atores a mudarem seus comportamentos no sentido de optarem por produtos e práticas mais eficientes energeticamente, assim como oferecer informação técnica necessária para que os consumidores possam identificar estes produtos mais eficientes. 
Geralmente, medidas de informação são usadas como parte de um pacote, uma vez que as pessoas precisam saber o que é esperado delas e ter conhecido de como podem agir de forma apropriada (HARRY, 2005).

Campanhas de Conscientização, Educação e Informação:
  • As campanhas de informação têm por objetivo informar diferentes agentes sobre o desempenho energético, os benefícios econômicos e ambientais de um produto, além de persuadir os consumidores a mudarem seu comportamento no sentido de adotar práticas mais sustentáveis, oferecendo informações técnicas necessárias para esta mudança. 
As campanhas públicas buscam alertar a população sobre a necessidade e importância da conservação de energia, os meios para alcançá-la e as consequências de não fazê-lo. Diversos outros mecanismos, embora por vezes regulatórios, são considerados também instrumentos de informação, como a própria etiquetagem (HARRY, 2005). A melhoria da informação é fundamental, já que esta é uma das principais barreiras ao avanço da EE. No entanto, os programas de informação sozinhos não são suficientes, devendo ser complementares a medidas regulatórias e de incentivo financeiro, por exemplo (WEC, 2008). 
  • O impacto das campanhas de informação nas edificações se dá pelo incentivo, através da conscientização, ao consumo de equipamentos mais eficientes, elucidação sobre a importância de conservação de energia nos edifícios e também para clarificar sobre possibilidades e oportunidades de investimentos em construções mais eficientes e tecnologias mais limpas de geração de energia, que podem ser implementadas na própria edificação.
Mecanismos de Incentivo à Geração Renovável:
  • O conceito de Planejamento Integrado de Recursos, como mencionado anteriormente, prima por ações tanto no lado da oferta, ou seja, pelo adequado planejamento de expansão da capacidade de geração de energia, quanto pelo lado da demanda, o que significa que, apenas planejar o aumento da oferta não é suficiente, se não forem adotadas medidas que visem a um consumo mais eficiente e consciente de energia. 
Vimos acima instrumentos e políticas que podem ser utilizados para um consumo mais eficiente de energia (redução na demanda) nos edifícios, seja por medidas diretas na construção em si (e.g. códigos) ou por instrumentos que impactem na eficiência dos equipamentos utilizados dentro das edificações. A seguir serão abordadas medidas de incentivo à geração alternativa de energia, seja para consumo próprio nos edifícios ou até mesmo para injeção da energia gerada, ou parte dela, na rede de distribuição, conforme regulação ainda incipiente, mas em desenvolvimento no Brasil.

Os incentivos a Eficiência energética



quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Entraves para a Eficiência Energética

Barreiras à eficiência energética em setores residenciais e industriais.

Para identificar as barreiras que impedem os potenciais de eficiência se tornarem efetivos foram entrevistados profissionais de vários setores industriais que trabalham com consumo de energia. Os resultados destas entrevistas permitiram identificar problemas específicos de cada setor e evidenciar que médias e grandes empresas possuem necessidades diferenciadas. Como síntese, as barreiras mencionadas pelos entrevistados nos diversos setores industriais analisados apontam, de maneira mais recorrente:
  • Legislação desfavorável a investimentos industriais em energia; 
  • Ausência ou não adequação das linhas de financiamento para ações de eficiência energética; 
  • Racionalização do uso de energia compete com outras prioridades de investimento; 
  • Necessidade de capacitação de pessoal para identificar oportunidades de eficiência energética e para fazer a gestão dos projetos que se mostrarem viáveis; 
  • Aversão a riscos técnicos decorrentes de novas tecnologias que consumam menos energia. 
  • A identificação das barreiras aponta oportunidades de atuação para que o mercado de eficiência energética industrial se torne mais dinâmico. Como por exemplo: 
  • Maior difusão de informações de financiamento e ajustes na metodologia de concessão 
  • de créditos; 
  • Disponibilizar capacitações para que profissionais da indústria identifiquem oportunidades de eficiência energética e consigam transformá-las em oportunidades de ganho; 
  • Incentivos a projetos pilotos para demonstração de tecnologias inovadoras; 
  • Revisão da legislação visando incentivar projetos industriais de geração de energia; 
  • Acesso direto da indústria a recursos de fundos de financiamento de projetos de eficiência energética. 
Identificadas as barreiras e as oportunidades para uma efetiva ação em eficiência energética, a observação e a análise poderão contribuir na configuração da melhor estratégia para as condições brasileiras.Os altos custos associados às tecnologias mais eficientes e a falta de capital para investimento em EE, especialmente para os consumidores residenciais, podem ser considerados uma barreira de cunho financeiro à difusão de produtos mais eficientes e à GR.
  •  Embora estes investimentos inicialmente mais altos sejam compensados pela economia de energia obtida ao longo do uso do equipamento, muitos consumidores não estão conscientes desses benefícios ou, mesmo que tenham a informação, preferem comprar um produto que tenha um custo inicial mais baixo, pois possuem uma visão de mais curto prazo. Isto porque a lógica do mercado competitivo geralmente enfatiza objetivos de curto prazo, destacando economias imediatas e retornos mais rápidos, em detrimento da priorização da EE e gestão da demanda. Para que ocorra uma redução nos custos, é necessário que haja um aumento na demanda por produtos mais eficientes, a fim de se obter os benefícios de economias de escala (VINE et al, 2003). 
A obtenção de informação confiável com relação às medidas de EE em geral é bastante custosa, e o acesso limitado a financiamento e subsídios para investimentos em eficiência é também um problema (LI e COLOMBIER, 2009). Por outro lado, há uma grande aversão ao risco por parte dos financiadores, pois, no caso das fontes renováveis de energia, por exemplo, o custo de produção é alto, o mercado ainda não está bem consolidado, a tecnologia muitas vezes não está difundida e a escala de produção é reduzida (COSTA E PRATES, 2005). Com relação aos preços de energia, tarifas que não refletem os custos marginais, subsídios à energia e a fixação dos valores por agências do governo podem impedir investimentos em EE e desencorajar a conservação de energia (JANNUZZI e SWISHER, 1997).
  • As barreiras econômicas acima citadas podem ser superadas principalmente - mas não somente- pelos mecanismos de mercado, os quais fornecem auxílio financeiro para arcar com os altos custos iniciais. Além disso, instrumentos políticos (instrumentos fiscais, por exemplo) que incentivem o aumento do preço da energia convencional ou a redução do preço da energia proveniente de fontes alternativas, em um mercado em que a demanda seja elástica ao preço, são importantes formas de incentivar a superação dessas barreiras. 
Medidas políticas que estimulem bancos comerciais a se envolverem em projetos de construção eficiente ou de instalação de sistemas de suprimento de energias renováveis a taxas de juros reduzidas são também fundamentais (LI e COLOMBIER, 2009), assim como instrumentos de informação que permitam aos consumidores e investidores avaliarem os benefícios futuros obtidos com os investimentos em alternativas eficientes, mesmo que inicialmente estes sejam mais caros (ÜRGE-VORSATZ et al, 2007). Mecanismos regulatórios que estabeleçam padrões mínimos de desempenho energético e programas de etiquetagem podem, por sua vez, aumentar a penetração de produtos mais eficientes no mercado, reduzindo custos de produção e também custos de obtenção de informação. As compras cooperativas, desenvolvimento das ESCOs e Programas de Gestão da Demanda são também formas de reduzir as barreiras econômicas e de mercado (VINE et al, 2003), assim como o apoio a P&D, ao estimular o desenvolvimento tecnológico e a redução de custos dos equipamentos e tecnologias mais eficientes (IPCC, 2007). 

Informação:
  • A carência de informações sobre as opções existentes, os potenciais de economia e os benefícios, é uma das principais barreiras à promoção da EE e GR em edificações (DERINGER; IYER e HUANG, 2004). Consumidores e outros atores muitas vezes não possuem tempo ou não podem arcar com os custos da obtenção de informações sobre possibilidades de investimento em EE e novas alternativas de geração de energia, desconhecendo oportunidades de melhoria no consumo (VINE et al, 2003). Além disso, a falta de informações detalhadas sobre sua utilização de energia impede que alguns consumidores façam um melhor uso dos recursos energéticos. 
Campanhas informativas (IPCC, 2007), programas de etiquetagem de equipamentos e de edifícios, auditorias energéticas e centros de informação locais (WEC, 2008), além do desenvolvimento das ESCOs (VINE et al, 2003), são algumas das formas de superar a barreira de falta de informação. Agências de energia em níveis local e regional são também meios de se promover as fontes de energia renováveis, pois contribuem para informar, educar e treinar comunidades locais (COSTA E PRATES, 2005). Por fim, a falta de conhecimento sobre o próprio consumo poderia ser em parte superada se fossem utilizados medidores inteligentes, que permitissem ao usuário ter informações mais detalhadas sobre o uso energético e sobre as possibilidades de economia de energia, principalmente em residências (ÜRGE-VORSATZ; CZAKÓ E KOEPPEL, 2007).

Entraves para a Eficiência Energética

Regulatórias e Institucionais:
  • A implementação de medidas de EE e a consideração de novas alternativas de geração de energia (PIR) exigem um contexto institucional e legal apropriado (JANNUZZI e SWISHER, 1997). Barreiras regulatórias envolvem a falta de interesse do governo ou a limitação de recursos,aplicação insuficiente das políticas, prioridade em expandir a oferta sem considerar opções de redução na demanda e a falta de políticas energéticas locais e nacionais propriamente ditas (UNEP, 2012).
A carência de estruturas legais que garantam o acesso das energias alternativas à rede é considerada um obstáculo à expansão dessas fontes, visto que os custos de conexão são altos para pequenos produtores independentes e o fornecimento muitas vezes é intermitente (COSTA E PRATES, 2005). A capacidade institucional em pequenas e médias cidades e incertezas regulatórias, que mantém os custos associados aos investimentos elevados, são também obstáculos ao aumento da EE e da geração renovável (LI e COLOMBIER, 2009). 
  • Para a superação das barreiras regulatórias, a implementação de mecanismos de regulação é necessária, a fim de criar um ambiente regulatório e institucional favorável a investimentos em EE e GR (IPCC, 2007).
Tecnológicas:
  • A indisponibilidade de novas tecnologias para produção e conservação de energia em algumas regiões pode prejudicar a adoção de medidas de mitigação de GEE (IPCC, 2007), como ações voltadas para a EE e geração alternativa. Mesmo quando os produtos forem importados, a assistência técnica tem de estar disponível nacionalmente. Além disso, a má qualidade da rede elétrica pode interferir no bom funcionamento das tecnologias eficientes (JANNUZZI e SWISHER, 1997; RICKERSON et al, 2012). 
Incentivos a P&D, treinamentos e capacitação são formas de superar o problema técnico/tecnológico. Para se chegar à fase de plena comercialização da nova tecnologia, é necessário que a indústria esteja preparada para dar suporte e esteja em consonância com os objetivos traçados (COSTA E PRATES, 2005). Mecanismos de financiamento e iniciativas de compras de produtos mais eficientes (compras regulamentadas e aquisições cooperativas) contribuem para alavancar o desenvolvimento e a disponibilidade de tecnologias mais avançadas VINE et al, 2003; IWARO e MWASHA, 2010). A implementação de medidas regulatórias, como padrões de desempenho e etiquetagem, também é uma maneira de estimular a entrada de equipamentos mais eficientes no mercado e permitir o desenvolvimento tecnológico (ÜRGE-VORSATZ; CZAKÓ e KOEPPEL, 2007).

Mecanismos de Incentivo:
  • Os mecanismos de incentivo à EE pelo lado da demanda podem ser divididos em quatro categorias: regulatórios e de controle; econômicos e de mercado; incentivos fiscais e instrumentos de suporte à informação. A efetividade destas medidas é variável de local para local, dependendo em grande parte das barreiras existentes onde forem aplicadas (ÜRGE-VORSATZ; CZAKÓ e KOEPPEL, 2007). 
Os instrumentos políticos podem ser divididos também em duas categorias mais gerais: mecanismos de oferta, que promovem ajudas adicionais ao setor privado para desenvolver um processo (como os subsídios e incentivos fiscais) e os mecanismos de demanda, que atuam de forma a influenciar o mercado e os produtos por meio da demanda (por exemplo, os padrões mandatórios) (ASCHHOFF e SOFKA, 2009). Cada mecanismo apresenta diferentes vantagens e desafios associados, os quais devem ser levados em consideração no delineamento de políticas específicas para incentivo à EE que façam uso destes instrumentos. 
  • Dada a variação da efetividade e dos resultados obtidos conforme o local em que o mecanismo é implementado, é importante entender algumas particularidades e diferenças (econômicas, políticas, culturais e ambientais) entre Brasil e Alemanha para fazer uma avaliação mais adequada sobre a aplicação dos instrumentos de incentivo no caso brasileiro.
Mecanismos de Regulação e Controle:
  • Os instrumentos regulatórios e de controle podem ser definidos como “leis e regulamentos que definem certos padrões, práticas ou desenhos para aumentar a EE” (HARRY, 2005) e são direcionados para promover uma mudança comportamental (VINE et al, 2003). Tais instrumentos são introduzidos quando se reconhece que falhas de mercado não permitem que instrumentos econômicos por si só alcancem objetivos de política energética ou ambiental (WEC, 2008). 
Dentre os mecanismos desta categoria, pode haver ainda uma subdivisão, classificando-os em regulatório-normativos e regulatório-informativos (ÜRGE-VORSATZ; CZAKÓ e KOEPPEL, 2007). Esta classificação é interessante, pois permite diferenciar aqueles que impõem uma restrição aos produtores com relação ao desempenho mínimo exigido (normativos) daqueles que têm como exigência somente a divulgação de determinada informação com relação ao desempenho energético, visando apenas a informar o consumidor, que poderá fazer uma comparação com equipamentos mais ou menos eficientes e optar (ou não) pelo de menor consumo de energia. A seguir serão listados os principais mecanismos de regulação e controle (com foco nos que são atualmente aplicados no Brasil e/ou na Alemanha).

​​Barreiras de Ar & Vapor:
  • Barreiras de ar são um componente essencial de um envelope edifício com bom desempenho. Eles são a primeira linha de defesa para manter a eficiência energética e melhorar a qualidade do ar interior. Como a umidade e filtro de ar em um edifício, a sua integridade estrutural começa a deteriorar-se , resultando em um desempenho ruim da envolvente do edifício . A entrada inesperada de ar através do invólucro do edifício traz umidade , o que pode estimular o molde e ferrugem na estrutura do edifício e causar maior consumo de energia. 
O Departamento de Energia dos EUA afirma que até 40 % da energia para aquecimento e arrefecimento podem ser perdidos através deste movimento de ar não controlada , aumentando o consumo de energia e custo. A melhor prevenção é a concepção de um invólucro hermético edifício , composto por material de barreira à umidade e do ar instalado corretamente e qualidade superior . 
  • Com um longo histórico de desempenho comprovado em projetos de alto perfil em todo o mundo , os produtos da barreira de vapor do ar e Grace estão entre o melhor em proteção contra a entrada de umidade em estruturas de edifícios. O portfólio de produtos barreira Perm -A- Barrier ® Graça , o ar é composto por membranas totalmente aderiram estão disponíveis como fluidos e as camadas de aplicação ; permeável e impermeável .
Nosso portfólio abrangente oferece aos designers e instaladores podem escolher o melhor produto para o trabalho. Uma parte dos produtos de barreira de ar da graça também são resistentes ao fogo, permitindo que designers para especificar os conjuntos de parede que não só são eficientes em termos energéticos , mas também satisfazer os requisitos de teste da Associação Nacional de Bombeiros Proteção contra Incêndios ( NFPA) 285, como parte de vários conjuntos de parede , com ou sem isolamento de espuma de plástico. 
  • A instalação adequada é outro requisito fundamental para o bom desempenho das paredes. Graça tem desenvolvido uma série de desenhos detalhados e manuais de referência para facilitar a instalação adequada de seus sistemas de acondicionamento edifícios. Nós também oferecemos programas de treinamento para os aplicadores de demonstrar detalhes adequados para aplicações de Perm -A- Barrier ® e permitir a prática real . Além disso , Grace fornece Perm -A -View ™ , uma modelagem higrotérmico arte da parede serviço para ajudar os clientes a identificar os produtos mais adequados para cada projeto específico, o projeto da parede , exigências climáticas e outras considerações design.​​​

Eficiência Energética



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Háfnio - (Hf)

lâmpada de gás incandescente

  • Esse processador inaugura uma nova arquitetura, batizada com o nome Penryn. No essencial, ele difere do precedente (Conroe) não só por essa gravação mais fina, mas também pela adoção de uma nova estrutura no interior dos transistores. 
O óxido de silício é substituído pelo óxido de háfnio, cuja constante dielétrica é mais alta. A Intel fala em tecnologia High-K, onde K designa essa constante dielétrica, e já havia apresentado tal solução em 2006, no estágio de pré-produção. Neste caso é possível obter transistores, ou portas (Gates, em inglês), de menor tamanho. 
  • O háfnio (em homenagem à cidade de Hafnia, Copenhague em latim) é um elemento químico de símbolo Hf, de número atômico 72 (72 prótons e 72 elétrons) e de massa atômica igual a 178,5 u. À temperatura ambiente, o háfnio encontra-se no estado sólido.
É um metal de transição situado no grupo 4 ( IV B ) da classificação periódica dos elementos. É de coloração cinza prateado, brilhante, quimicamente muito parecido com o zircônio, ambos encontrados nos mesmos minerais e compostos, sendo difícil separá-los. 
  • Forma ligas com o tungstênio usadas em filamentos de lâmpadas e em eletrodos. Também se usa como material de barras de controle de reatores nucleares devido a sua alta capacidade de absorção de nêutrons. Foi descoberto em 1923 por George de Hevesy e Dick Coster.
Características principais:
  • É um metal dúctil, brilhante, prateado e resistente a corrosão, quimicamente muito similar ao zircônio. Estes dois elementos apresentam o mesmo número de elétrons na camada de valência e seus raios iônicos são muito similares devido a contração dos lantanídeos. 
Por isso é muito difícil separá-los, sendo encontrados na natureza juntos. As únicas aplicações para os quais é necessário separá-los são aquelas nas quais se utilizam as suas propriedades de absorção de nêutrons; em reatores nucleares.
  • O carbeto de háfnio (HfC) é o composto binário mais refratário conhecido, e o nitreto de háfnio (HfN) é o mais refratário de todos os nitretos metálicos conhecidos, com um ponto de fusão de 3310 °C. 
Este metal é resistente as bases concentradas, porém os halogênios podem reagir com ele para formar tetra-haletos de háfnio (HfX4). A temperaturas altas pode reagir com oxigênio, nitrogênio, boro, enxofre e silício.

Aplicações:
  • O háfnio é utilizado para fabricar barras de controle empregadas em reatores nucleares. Esta aplicação é deve-se ao facto de que a secção de captura de nêutrons do háfnio é aproximadamente 600 vezes maior que a do zircônio, com o qual tem uma alta capacidade de absorção de nêutrons, além do mais, tem propriedades mecânicas muito boas, assim como uma alta resistência a corrosão.
Em meados de 2006 a Intel anunciou uma nova tecnologia que utiliza o háfnio como componente básico para a construção das paredes dielétricas dos transistores em sua nova geração de microprocessadores de 45 nanômetros (apelidado de Penryn).

Outras aplicações: 
  • Em lâmpadas de gás incandescente. 
  • Em Processadores Intel com tecnologia 45 nm 
  • Para eliminar oxigênio e nitrogênio em tubos de vácuo. 
  • Em ligas de ferro, titânio, nióbio, tântalo (elemento químico) e em outra ligas metálicas. 
  • Em eletrodos para corte a plasma 
História:
  • Chamou-se este elemento de háfnio em homenagem a cidade de Copenhague ( Hafnia em latim ), na Dinamarca, onde foi descoberto por Dirk Coster e Georg von Hevesy em 1923. Pouco depois foi previsto, utilizando a teoria de Bohr, que estaria associado com o zircônio. Finalmente foi encontrado no zircão mediante análises com espectroscopia de raios X, na Noruega.
Foi separado mediante recristalizações sucessivas por Jantzen e von Hevesey. O háfnio metálico foi preparado pela primeira por Anton Eduard van Arkel e Jan Hendrik de Boer passando tetraiodeto de háfnio (HfI4) por um filamento aquecido de tungstênio (volfrâmio).

Obtenção:
  • É encontrado sempre junto ao zircônio em seus mesmos compostos, porém não é encontrado como elemento livre na natureza. Está presente, como mistura, nos minerais de zircônio, como no zircão (ZrSiO4) e em outras variedades deste (como na alvita), em concentrações de 1 a 5% de háfnio.
Devido à semelhança química entre o zircônio e o háfnio, é muito difícil separá-los. Aproximadamente a reduzindo o tetracloreto de háfnio (HfCl4) com magnésio ou sódio pelo processo de Kroll. Metade de todo o háfnio metálico produzido é obtido como subproduto da purificação do zircônio. 

Precauções:
  • Há a necessidade de cuidados especiais ao trabalhar com o háfnio pois quando se divide em partículas é pirofórico e pode arder espontaneamente em contato com o ar. 
Os compostos que contém este metal raramente estão em contato com a maioria das pessoas e o metal puro não é tóxico. Porém, todos os seus compostos deveriam ser manuseados como se fossem tóxicos, ainda que as primeiras evidências parecem não indicar um risco muito alto.

lâmpadas de gás incandescente.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Maytenus spp - Espinheira santa

Maytenus spp - Espinheira santa 

  • A espinheira santa,cujo nome científico é Maytenus ilicifolia, é uma planta medicinal que também é conhecida como erva cancerosa, salva-vidas, espinheira divina, sombra de touro e espinho de deus. 
Com o nome científico de Maytenus ilicifolia, a planta ganhou o nome popular pelo formato de sua folha e por ser um ótimo remédio, devido ao tamanho de seu funcionamento. É também chamada por muitos de erva milagrosa. 
  • Foi testada na Universidade Estadual de Campinas (SP) em ratos com úlcera e aqueles que tomaram o extrato da planta, tiveram o tamanho de suas úlceras diminuído rapidamente, ao comparar com aqueles que ingeriram os remédios convencionais. Segundo os pesquisadores, a planta tem menos efeitos danosos do que outros remédios.
A Espinheira santa ganhou esse nome justamente pela aparência de suas folhas, que apresentam espinhos nas margens e por ser um "santo remédio" para tratar vários problemas. Na medicina popular, é famosa no combate à úlcera e a outros problemas estomacais. 
  • Ao que parece, a fama é merecida: na Universidade Estadual de Campinas (SP), farmacologistas analisaram a planta em ratos com úlcera e, segundo os pesquisadores, "nos que tomaram o seu extrato, o tamanho da lesão diminuiu muito rapidamente e, em comparação com os remédios convencionais, a Espinheira-santa provoca menos efeitos nocivos". 
Origem: Nativa da América do Sul, sendo que no Brasil a espinheira-santa tem origem incerta, embora o estado do Paraná seja apontado como o local onde provavelmente tenha surgido. É encontrada na região que vai de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. 
  • A Espinheira Santa é conhecida há muito tempo pelos Índios da América do Sul, e os primeiros estudos de eficácia terapêutica foram realizados na Faculdade de Medicina do Paraná em 1922, com pacientes portadores de úlcera gástrica e ficou constatado o sucesso do tratamento.
Outros nomes: 
  • Nomes em português: Espinheira-Santa, espinheira-santa, salvavidas; coro-milho-do-campo; espinho de Deus; Maiteno; Sombra-de-Touro; Congorça; Cancerosa. 
  • Nome binomial: Maytenus ilicifolia 
  • Nome em inglês: espinheira-Santa 
  • Nome francês: Espinheira-Santa 
  • Nome espanhol: Cancorosa 
Onde cresce a espinheira-santa:
A Espinheira-Santa prefere solos ricos em matéria orgânica e é originária da América do Sul. 
  • Hoje é distribuída nos estados do sul do Brasil, nos sub-bosques das florestas de Araucária nas margens dos rios. Ocorre também nos estados de São Paulo (na Mata Atlântica) e Mato Grosso do Sul, porém em baixa freqüência. Em regiões do Paraguai, Bolívia e Leste da Argentina, também há a ocorrência desta planta.
Propriedades Químicas: 
  • Terpenos (maitenina); triterpenos; taninos; flavonóides; mucilagens; antocianinas; açúcares livres; traços de sais minerais. 
A Espinheira Santa apresenta como principais constituintes químicos os terpenóides, taninos, óleos essenciais, alcalóides, macrolideos e flavonóides, responsáveis por suas propriedades terapêuticas. 
De acordo com alguns estudos, apresenta ação contra úlcera e gastrite envolvendo mais de um mecanismo de ação, ainda não conclusivamente elucidados, e que não se deve somente a um princípio ativo específico, ou seja, cada composto isolado não apresenta o mesmo efeito da combinação existente na planta. 
  • Possui ação cicatrizante de lesões ulcerosas do estômago devido à diminuição da acidez estomacal pela redução da secreção gástrica. Além disso, diminui as fermentações intestinais e acalma as dores de estômago. 
Quanto maior o tempo de tratamento, maior será a gastro proteção. Possui ação antimicrobiana contra a Helicobacter Pylori, bactéria causadora da úlcera gástrica, dificultando também sua aderência na parede da mucosa, impedindo sua ação patológica. Estudos iniciais “in vitro” demonstram que a Espinheira-Santa tem efeito em alguns tipos de tumores, inclusive gastrointestinais, inibindo a liberação de TGF β (transforming growth factor) cuja ação pode induzir o surgimento de células malignas. 
  • Com relação a efeitos colaterais, algumas pessoas podem apresentar sensação de boca seca e náuseas que desaparecem com o uso contínuo do medicamento. Deve-se evitar seu uso em crianças, gestantes e lactantes.
Os terpenóides:
  • Os terpenos ou terpenóides formam uma diversificada classe de substâncias naturais, ou metabólitos secundários de origem vegetal, especialmente das coníferas, de fórmula química geral (C5H8). 
Tradicionalmente eram considerados como derivados do 2-metil-butadieno, mais conhecido como isopreno, uma molécula com 5 átomos de carbono ou unidade C5. A utilização da então chamada regra do isopreno permitiu classificá-los e estudá-los num primeiro momento, quando inúmeros terpenos foram isolados a partir de plantas superiores, muitos deles com valor comercial. 
  • Atualmente sabe-se que terpenos com aroma agradável são extraídos de essências de plantas, outros são a base de medicamentos convencionais ou as plantas que os contém são fitoterápicos, alguns são precursores de vitaminas e outros inseticidas.
Estes compostos encontram-se em sementes, flores, folhas, raízes e madeira de plantas superiores assim como em musgos, algas e líquens, enquanto que alguns são encontrados em mamíferos. 
  • Do ponto de vista químico, alguns terpenos podem ser classificados como hidrocarbonetos, compostos apenas por carbono e hidrogênio, como por exemplo o limoneno e o β-pineno, encontrados respectivamente nas essências de limão (Citrus) e do pinheiro(Pinus). 
Entretanto, a medida que ligações duplas presentes nas estruturas químicas destas substâncias passam a ser funcionalizadas, diversas funções orgânicas podem surgir, como por exemplo álcool (mentol), cetona (cânfora), aldeído (citral), etc.
  • Os terpenos podem ser acíclicos, monocíclicos, bicíclicos, tricíclicos, tetracíclicos e pentacíclicos, como também aromáticos. Suas propriedades químicas, físicas e biológicas dependerão do tamanho de suas estruturas, bem como dos grupos funcionais nelas presentes. 
Subtipos estruturais e importância:
  • De acordo com o número de unidades de isopreno, ou unidades C5 presentes, os terpenos são classificados como: 
  • C5: hemiterpenos; 
  • C10: monoterpenos; 
  • C15: sesquiterpenos; 
  • C20: diterpenos; 
  • C30: triterpenos; 
  • C40: tetraterpenos ou carotenoides; unidades maiores: politerpenos. 
A menor unidade terpenoídica, ou seja, unidades C5 ou hemiterpenos, geralmente está presente em diversas classes de metabólitos secundários, muitas vezes como alquilantes (prenilantes), e raramente livres. Uma classe especial de terpenos altamente modificados que contém unidades C5 são as piretrinas, substâncias com propriedade inseticida encontradas em espécies de crisântemo (Chrysanthemum cinerariaefolium, Asteraceae).
  • A grande maioria dos monoterpenos é volátil e constituinte básico de azeites aromáticos (óleos essenciais ou essências), como o mentol, linalol e citral, presentes na hortelã (Mentha x piperita, Lamiaceae), alfazema (Lavandula angustifolia L., Lamiaceae) e no capim-limão (Cymbopogon citratus, Poaceae). 
Alguns são precursores de uma classe especial de substâncias, os iridóides e seco-iridóides, encontrados por exemplo nas raízes de valeriana (Valeriana officinalis L., Valerianaceae) ou como unidades presentes nas estruturas de alguns tipos de alcalóides complexos.
  • Alguns sesquiterpenos estão presentes em diversos óleos essenciais, como o α-humuleno, β-cariofileno, β-farneseno e α-bisabolol, este último constituinte principal da essência de camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae). Já o α-humuleno e o β-cariofileno estão no óleo essencial da erva baleeira (Cordia verbenacea, Boraginaceae), matéria-prima para a produção do fitoterápico Acheflan® da empresa farmacêutica Aché. 
Outros sesquiterpenos mais complexos e mais funcionalizados possuem função ecológica ou são componentes ativos de algumas plantas medicinais, como as lactonas sesquiterpênicas, presentes por exemplo na arnica (Arnica montana, Asteraceae) e no tanaceto (Tanacetum parthenium, Asteraceae), e um tipo especial, a artemisinina, importante antimalárico encontrado em Artemisia annua (Asteraceae), planta de origem chinesa denominada "qinghaosu".
  • Os diterpenos, em especial aqueles policíclicos com grupamento carboxila, estão presentes em várias resinas, como a de copaíba (Copaifera langsdorfii, Fabaceae) e do pinheiro (espécies de Pinus). 
Outros são tóxicos, como os ésteres de forbol de algumas espécies da família Euphorbiaceae, ou importantes para a medicina, como os ginkgolidos de Ginkgo biloba. Um diterpeno especial, o esteviosídeo, é isolado de espécies de estévia (Stevia rebaudiana, Asteraceae), sendo o que lhe confere o sabor doce. 
  • Já o paclitaxel, isolado de Taxus brevifolia ou T. baccata (Taxaceae), é atualmente um importante medicamento para o tratamento de câncer de mama e carcinoma metastático de ovário, comercializado como Taxol®. 
Triterpenos livres também ocorrem em certas resinas e outros possuem atividades biológicas importantes. Ainda são precursores de fitoesteróis, como o estigmasterol, o α- e o β-sitosterol. Os fitoesteróis possuem 28 ou 29 átomos de carbono, ao contrário daqueles esteróides animais, com 27. 
  • Outros triterpenos e fitoesteróis, quando ligados a pequenas cadeias de açúcar (oses), são denominados saponinas, e possuem ações biológicas interessantes, além da propriedade espumante de alguns. Alguns fitoesteróis podem ainda originar alcalóides esteroidais, como aqueles presentes em espécies do gênero Solanum (Solanaceae), como o tomate e a jurubeba. 
Triterpenos ainda podem originar heterosídeos cardiotônicos, uma classe especial de substância empregada na medicina, como a digoxina, empregada no tratamento de insuficiência cardíaca congestiva. Finalmente, triterpenos em animais ainda podem originar ácidos biliares e vitamina D, além dos hormônios esteroidais.
  • Os tetraterpenos ou carotenoides são pigmentos importantes para diversas espécies vegetais, ocorrendo em flores e também em frutos. Estão presentes no mamão, tomate, cenoura e laranja, como o licopeno e o α- e β-caroteno. 
Alguns destes terpenos de maior peso molecular, como os tetraterpenos, são os precursores de certas vitaminas, como a A, sendo que unidades terpenoídicas estão presentes nas vitaminas E e K. Outros terpenos, como o diterpeno fitol, formam parte da clorofila de plantas.
  • Com relação aos politerpenos, o representante mais significativo é a borracha, látex extraído da seringueira (Hevea brasiliensis, Euphorbiaceae). 

Maytenus spp - Espinheira santa 

Biossíntese:
  • Após estudos de biossíntese, concluiu-se que os terpenos são derivam do isopreno. O verdadeiro precursor dos terpenos foi caracterizado como ácido mevalônico (em inglês: MVA, de mevalonic acid), ou mevalonato, proveniente da união de unidades de acetil coenzima 
A (ou acetil-CoA). Recentemente, através de estudos biossínteticos mais detalhados, descobriu-se que, em alguns organismos, como as plantas, alguns terpenos são, na verdade, provenientes do metileritritol fosfato (MEP), oriundo de unidades de piruvato e gliceraldeído-3P. Os mamíferos possuem apenas a via do MVA, enquanto que plantas biossintetizam terpenos através do MVA e do MEP . 
  • Em todo caso, MEP e/ou MVA irão originar duas importantes unidades C5 que são os precursores imediatos dos terpenos: pirofosfato de isopentenila (IPP) e pirofosfato de dimetilalila (DMAP). Em muitos casos o IPP e o DMAP ligam-se entre si através do famoso modelo "cabeça-cauda" para formar unidades maiores. 
Em qualquer caso, a divisão das estruturas químicas dos terpenos em unidades de isopreno (Cz) é muito útil e se utiliza com bastante frequência por ser bastante didática.

Propriedades Medicinais:
  • A espinheira santa atua no combate às dores estomacais, como a gastrite, a úlcera (estomacal ou duodenal), a azia, as queimações, a indigestão e é aliada no tratamento de gastrite, aliviando as dores abdominais. 
Combate também a H. Pylori e aos refluxos gástricos. Pode ser usado em forma de compressas quentes sobre as doenças de pele, como acnes, eczemas, feridas e herpes. As vezes, seu chá é usado em casos de vômitos. 
  • É cicatrizante, anti-inflamatória, calmante, analgésica, revigorante, antisséptica, diurética, antiulcerosa e serve como laxante. Contém taninos, alcaloides, cálcio, sódio, enxofre e triterpenos.
Indicações:
  • Acidez do estômago, azia, gastrites causadas ou não pela bactéria Helicobacter Pylori, gastralgias (dores no estômago), úlcera gástrica, úlcera duodenal, sintomas de dispepsias (perturbações do trato gastrintestinal), enterites (inflamação do intestino), mau hálito (devido a problemas estomacais), fermentações gastrintestinais, flatulência (gases).
Principais Benefícios:
  • Ação antiulcerôgenica e cicatrizante; 
  • Diminuição da acidez estomacal e refluxos; 
  • Diminuição de fermentações gastrintestinais; 
  • Analgésica nas dores de estômago; 
  • Normaliza as funções gastrointestinais; 
  • Ação contra a bactéria Helicobacter Pylori 
Coadjuvante no tratamento de tumores digestivo 
Efeitos:
Tonificante estomacal;
  • Antiulcerôgenico (Tem potente efeito anti-úlcera gástrica devido à ação dos taninos). Tem poder cicatrizante de lesões ulcerosas do estômago devido à diminuição da acidez estomacal pelo aumento da secreção gástrica; 
  • Tem ação anti-séptica, devido à expressiva quantidade de taninos , atuando rapidamente na paralisação das fermentações gastrintestinais; 
  • Analgésica nas gastralgias (dor de estômago): Acalma rapidamente as dores estimulando e corrigindo a função desviada; 
  • Levemente laxativo, devido à presença de mucilagens; 
  • Levemente carminativa (auxilia na eliminação de gases); 
  • Levemente diurético, devido à presença de triterpenos; 
  • Alguns estudos iniciais demonstram que a Espinheira-Santa tem o poder de inibir alguns tipos de câncer (Fox,1991; Ohsaki et al.,2004); 
  • Demonstrou certa eficiência no combate a Helicobacter Pylori, bactéria que causa úlcera gástrica, podendo levar a câncer gástrico.(Cogo, et.al.2008). 
Contra-indicações:
  • Gestação e tratamento de infertilidade feminina: É contra-indicado em casos de gravidez ou tratamento da infertilidade feminina por ter um efeito abortivo descrito em pesquisas científicas (Montanari, T.; Bevilacqua, E.; Contraception 2002); 
  • Lactação: É contra-indicado o uso durante o período de amamentação pois a espinheira-santa leva a uma redução do leite materno (Santos C, et al. Plantas medicinais 1988); 
  • Pessoas sensíveis ao álcool: A tintura (por conter álcool) não deve ser administrada a pessoas que sejam etilistas (pessoas dependentes de álcool) ou sensíveis ao mesmo; 
  • Pacientes com câncer estrógeno-dependente; 
  • Hipersensibilidade a este fitoterápico. 
As partes utilizadas:
  • As partes utilizadas da espinheira-santa são as folhas, que podem ser administradas em forma de chá, cápsulas com extrato seco, tinturas e extrato fluido. 
O chá de espinheira-santa sempre foi muito popular na medicina alternativa, vez que sempre foi utilizado amplamente por tribos indígenas da América do Sul, sendo considerado popularmente como um “santo remédio”. Além do uso interno, pode-se fazer uso tópico do chá ou de unguentos da planta, de forma minimizar dores de ferimentos e facilitar a cicatrização. 
  • A espinheira-santa (Maytenus spp.) faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) devido ao largo uso na medicina popular e comprovada eficácia principalmente no tratamento de problemas digestivos (com eficácia equivalente à obtida com a cimetidina e ranitidina), que está relacionada à presença de taninos nas folhas da planta. A espinheira-santa, como serve também para beneficiar a digestão, pode ajudar pessoas a emagrecer, principalmente aquelas que possuem distúrbios digestivos.
Os taninos têm poder cicatrizante de lesões ulcerosas no estômago por controlar a produção de ácido clorídrico neste; poder antisséptico por paralisar as fermentações gastrintestinais, inclusive os efeitos da Helicobacter pylori, causadora de úlcera gástrica; e analgésico por aliviar as dores ao corrigir as funções estomacais e ao facilitar a eliminação de gases. 
  • A espinheira-santa mostra-se ainda mais poderosa ao ser capaz de inibir alguns tipos de cânceres, como o câncer de pele e o câncer gástrico ao combater a bactéria Helicobacter pylori, também causadora deste mal. Seus componentes principais são terpenos, triterpenos, taninos, flavonóides, mucilagens, antocianinas, açúcares livres e traços de sais minerais. Seu efeito laxativo deve-se à mucilagem presente na planta; já o diurético, aos triterpenos.
Cuidados:
  • Não deve ser ingerida, em possibilidade alguma, por mulheres grávidas ou pelas lactantes. 
  • Nas primeiras ingestões, pode dar a sensação de boca seca e sentir um pouco de náusea. Mas, com o uso contínuo, essas sensações vão desaparecendo. 
Toxicidade:
  • Testes de toxicidade aguda e crônica realizados com folhas não provocaram efeitos tóxicosmutagênicos e teratogênicos (má formação fetal) em animais ou em células vegetais. 
(Carlini, E. A.; Frochten-Garten, M. L. Em Toxicologia clínica (Fase I) da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia); Carlini, E. L. A., ed.; CEME/AFIP: Brasília, 1988.)

Observações:
  • No conhecimento indígena diz-se também que esta planta combate tumores. Isto esta ainda sendo pesquisado e até a total elucidação desta possível atuação, não é recomendado seu uso para o fim de combate a tumores em geral. 
A Espinheira-Santa foi muito utilizada pelos povos da América do Sul como abortivo e isto foi comprovado cientificamente devido a um efeito emenagogo (podendo promover contrações uterinas) e portanto mulheres grávidas não devem fazer uso desta planta. - Mulheres que estão amamentando também devem ter o uso da Espinheira-Santa, restrito, pois a planta em questão leva a uma redução do leite materno.
  • A espinheira-santa está na lista de remédios oferecidos no SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil. A lista tinha 810 itens (medicamentos, vacinas, remédios fitoterápicos,...) em Março de 2012. 

Maytenus spp - Espinheira santa

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Zingiber officinale - Gengibre

Zingiber officinale - Gengibre

  • O gengibre (Zingiber officinale) é uma planta herbácea da família das Zingiberaceae, originária da ilha de Java, da Índia e da China, de onde se difundiu pelas regiões tropicais do mundo. Outro nome conhecido no norte do Brasil , é Mangarataia 
Trata-se de uma planta perene da Família das Zingiberáceas, que pode atingir mais de 1 m de altura. As folhas verde-escuras nascem a partir de um caule duro, grosso e subterrâneo (rizoma). As flores são tubulares, amarelo-claro e surgem em espigas eretas.O seu caule subterrâneo é utilizado como especiaria desde a antiguidade, na culinária e na preparação de medicamentos.O gengibre é conhecido na Europa desde tempos muito remotos, para onde foi levado por meio das Cruzadas. Em Portugal existe registro da sua presença desde o reinado de D. João III (1521-1557). 
  • A introdução do gengibre no Brasil é atribuída por autores às invasões holandesas que ocorreram no século XVII. Contudo, há relatos que citam a presença desta planta no ano de 1587. Visconde de Nassau quando veio para o Brasil trouxe o famoso botânico Pison que relatou o gengibre como planta indígena e de fácil encontro no estado silvestre, tanto que a considerou simultaneamente brasileira e asiática, convicção esta que afirmou até longa data, após, porquanto a publicou em 1648.
No Brasil, o gengibre chegou menos de um século após o descobrimento. Naturalistas que visitavam o país (colônia, naquela época) achavam que se tratava de uma planta nativa, pois era comum encontrá-la em estado silvestre. Hoje, o gengibre é cultivado principalmente na faixa litorânea do Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e no sul de São Paulo, em razão das condições de clima e de solo mais adequadas. 
  • O uso de produtos naturais como matéria-prima para a síntese de compostos químicos com atividade biológica tem sido amplamente relatado ao longo dos anos. No Brasil, a biodiversidade é considerada uma fonte de substâncias biologicamente ativas, e sua preservação e estudo é fundamental, seja por sua enorme potencialidade na descoberta de novos fármacos com ação farmacológica, que há muito vem despertando interesse de pesquisadores da área farmacêutica (KORDALI et al., 2008).
A maioria dos fármacos em uso clínico ou são de origem natural ou foram desenvolvidos por síntese química planejada a partir de produtos naturais (BARREIRO e BOLZANI, 2009). Em toda a parte da planta podem ser encontrados princípios ativos importantes, sintetizados pelo metabolismo secundário das plantas que dão origem a uma série de substâncias conhecidas e com diversas aplicações biotecnológicas.
  • Uma das classes mais importante é a dos óleos essenciais, que são compostos voláteis liberados por algumas plantas que tem como função a sinalização química para a comunicação entre espécies, proteção contra microrganismos, herbívoros e condições ambientais (FREIRE, 2008; NUNES et al 2006).
Os óleos essenciais são uma rica fonte de metabólitos secundários voláteis, comumente associados a importantes atividades biológicas. Entre as plantas produtoras de óleo essencial, destaca-se a representatividade da Família Rutaceae, distribuída em 150 gêneros e conhecida por apresentar grande importância medicinal e econômica.
  • Dentre os representantes desta família, destaca-se a Ruta graveolens Linnaeus, conhecida vulgarmente por arruda, é uma erva aromática utilizada no tratamento fitoterápico da insônia, ansiedade, dores de cabeça, nervosismo, cólicas abdominais e problemas renais sem a devida comprovação científica da sua eficiência e segurança.
Em sânscrito, zingiber significa “raiz de chifre”, em referência à sua forma. Foi uma das primeiras espécies a serem levadas da Ásia para a Europa por exploradores europeus. Quando o gengibre foi introduzido na Europa através do comércio, rapidamente se tornou um tempero indispensável. Foi um ingrediente popular na confeitaria e culinária da época. o comércio do gengibre foi expandido para todas as regiões colonizadas pelo Império Romano, e mesmo após a queda de Roma, a erva ainda continuou sendo uma especiaria muito comercializada. Henry VIII recomendou o gengibre como um remédio contra a pestilência bubônica. O planta é também chamada de Vishwabhesaj na Medicina Ayurveda.
  • Navios chineses levavam estoques de gengibres a bordo de longas viagens para prevenir escorbuto e enjoos marítimos. Os chineses recomendam esfregar a raiz cortada no couro cabelo para cessar a queda de cabelo. Na Índia, devotos evitam o consumo de alho em festivais religiosos para não ofenderem as divindades. Neste caso, o gengibre é consumido por deixar o hálito com um aroma agradável. A espécie Zingiber officinale faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.

Zingiber officinale - Gengibre

Composição Química: 
  • O gengibre apresenta uma substância chamada gingerol, dotada de propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que protegem o organismo de bactérias e fungos. O gingerol é responsável pelo sabor picante do gengibre.
As propriedades terapêuticas do gengibre se devem à ação conjunta de várias substâncias, principalmente encontradas no óleo essencial do gengibre, rico nos componentes medicinais cafeno, felandreno, zingibereno e zingerona. O gengibre também é rico em substâncias termogênicas que ativam o metabolismo do organismo e potencializam a queima de gordura corporal. 
  • Há anos o gengibre é utilizado em favor da medicina. Popularmente utilizado no tratamento de gripes, resfriados e da tosse. Tem ação bactericida, é um poderoso desintoxicante e possui poder afrodisiáco. Mas, uma propriedade menos conhecida da planta vem chamando a atenção das pessoas em todo o mundo: o poder emagrecedor.
O gengibre é responsável por acelerar o metabolismo. Contém óleos essenciais que produzem calor, ativam a circulação e otimizam a queima calórica. Além disso, ele é rico em vitamina B6, cobre, potássio e magnésio, nutrientes essênciais para uma alimentação balanceada.
  • Cafeno, felandreno, zingibereno e zingerona. Esses são os nomes dos óleos essenciais que o gengibre carrega. Eles são responsáveis por boa parte da fama do gengibre, famoso pelo seu poder medicinal no combate às dores de garganta, rouquidão, tosse, gripes, resfriados, enjoo e náuseas. Uma lista grande que impressiona pela variedade e eficiência.
Apesar de tudo isso, o gengibre não é a solução de todos os seus problemas. Se você pretende perder peso, o ideal é visitar um médico ou nutricionista para preparar uma dieta adequada, aliada à prática regular de exercícios físicos.

  • A raiz é composta por vitamina B6, assim como nos minerais potássio, magnésio e cobre, mas tais propriedades se tornam pouco relevantes levando-se em conta o consumo diário da planta. Como trata-se de uma especiaria, bastam pequenas quantidades do gengibre no chá ou preparações culinárias para aromatizar as preparações. Note que a tabela de valores nutricionais abaixo considera 100g de gengibre, porém o uso numa receita pode não alcançar a 2g.
Óleos Essenciais e sua Importância:
  • Os óleos essenciais são produtos obtidos tradicionalmente de parte de plantas através de destilação por arraste com vapor d’água, também conhecida por hidrodestilação. São misturas complexas de substâncias voláteis lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas.
Também são chamados de óleos etéreos ou essências (GIORDANI et al., 2008). Essas denominações derivam de algumas de suas características físico-químicas, como, por exemplo, a de serem geralmente líquidos de aparência oleosa à temperatura ambiente. são compostos de hidrocarbonetos terpênicos, alcoóis simples e terpenos, aldeídos, cetonas, fenóis, ésteres, óxidos, peróxidos, furanos, ácidos orgânicos, lactonas, cumarinas e compostos contendo enxofre em diferentes concentrações (SIMÕES et al., 2007).
  • São armazenados em estruturas especializadas como células parenquimáticas diferenciadas (Lauraceae, Piperaceae e Poaceae), bolsas lisígenas ou esquizolisígenas (Pinaceae e Rutaceae), canais oleíferos (Apiaceae), células epidérmicas ou tricomas glandulares (Lamiaceae) não se distribuindo de maneira homogênea na planta.
Podem estar concentrados em órgãos anatômicos específicos, como folhas (eucalipto), ramos (alecrim), raízes (vetiver), rizomas (gengibre), flores (rosa), frutos (anis-estrelado), sementes (noz-moscada), madeira (pau-rosa) e casca do caule (canela). O teor varia de acordo com a idade, época do ano, solo ou clima onde a planta vive e podem ser encontrados com maior facilidade nas partes verdes, devido às rotas metabólicas da fotossíntese (BAKKALI et al., 2008).
  • Dessa forma, estão amplamente distribuídos no reino vegetal, especialmente nas famílias Asteraceae, Laminaceae, Lauraceae, Myrtaceae, Apiaceae e Rutaceae (FLORÃO, 2006). São raramente encontrados em gimnospermas, com exceção das coníferas, Pinus densiflora e Pinus koraiensis (HONG et al., 2004).
Nas angiospermas, ocorrem em menor freqüência em monocotiledôneas, podendo citar as famílias Poaceae e Zingiberaceae, como em Cymbopogon winterianus, popularmente conhecida como citronela (DUARTE et al., 2007), e Zingiber officinale, o gengibre (SCHNITZLER et al., 2007), respectivamente.
  • Os constituintes químicos dos óleos essenciais podem ser divididos em duas séries, conforme sua origem biossintética: a aromática, constituída pelos fenilpropanóides e a série terpênica. Os fenilpropanóides são constituídos por compostos com uma cadeia lateral de três átomos de carbono derivados de aminoácidos aromáticos, oriundos da via do ácido chiquímico. Nesta via, a partir do ácido chiquímico, é produzido o aminoácido fenilalanina que, por ação da enzima fenilalanina amonialiase (PAL) forma o ácido cinâmico e ácido p-cumárico (FLORÃO, 2006).
A redução da cadeia lateral destes ácidos leva à formação de alilbenzenos e propenilbenzenos, esqueletos carbônicos dos fenilpropanóides.

Usos medicinais:
  • Como planta medicinal o gengibre é uma das mais antigas e populares do mundo. Suas propriedades terapêuticas são resultado da ação de várias substâncias, especialmente do óleo essencial que contém canfeno, felandreno, zingibereno e zingerona. 
Galeno, um dos pais da Medicina, já o empregava em seus remédios naturais. Também no Oriente, o gengibre é valorizado há muitos séculos pelas suas qualidades terapêuticas. É empregado na Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda e Tibetana desde a Antiguidade para infecções como: inchaço abdominal, tosse, vômito, diarreia, reumatismo, inflamação das articulações, artrite, etc. Na Europa, era comercializado como tônico aromático, protetor hepático e digestivo.
  • Este tesouro medicinal produzido embaixo da terra possui, ao menos, 12 componentes antivirais. Em estudos científicos, estes elementos foram isolados para combater o rhinorvirus (vírus do resfriado comum). A planta combate a proliferação de vírus e bactérias alojadas no organismo, diminuindo os sintomas da febre, dor e tosse, além de induzir ao relaxamento. 
São muitas as utilidades que se podem outorgar a este antibiótico natural. Tenha em mente que os antibióticos foram a grande descoberta da Medicina Moderna (1942). Milhares de doenças incuráveis se tornaram curáveis graças a eles, mas até hoje vão sendo descobertas novas contra-indicações, alergias, intolerâncias e redução na defesa por causa do seu uso frequente.
  • O antibiótico é um composto químico que elimina ou freia o crescimento de micro-organismos ou bactérias que enfermam o corpo. Seu uso frequente acarreta a adaptação pelo organismo, implicando no gradual aumento da dose, tornando-se um risco para nossa saúde. Por este motivo, é muito mais saudável ingerir diariamente antibióticos naturais, pois não produzem alergia ou qualquer outra contra-indicação, nem sensação de mal estar. 
São muitos os alimentos que por sua composição interna e suas propriedades otimizam as defesas do organismo e impedem enfermidades.Alguns destes antibióticos naturais estão em nossa dieta diária, como o limão, o alho, a cebola, a mel, a cúrcuma e, claro, o gengibre. A chave é aumentar o consumo no caso de padecimento de alguma doença.
  • É tão simples como cortar um pequeno pedaço de gengibre e molhá-lo um minuto em água quente. Tomar um gole desta bebida a cada trinta segundos pode resultar bastante amargo. Mas se você já está acostumado a este tipo de sabor, pode consumir diretamente a proporção de uma colherzinha de chá da planta fresca sem necessidade de preparar infusão. Os benéficos efeitos desse costume serão percebidos muito rápido. 
Popularmente, o chá de gengibre, feito com pedaços do rizoma fresco fervido em água, é usado no tratamento contra gripes, tosse, resfriado e até ressaca. Banhos e compressas quentes de gengibre são indicados para aliviar os sintomas de gota, artrite, dores de cabeça e na coluna, além de diminuir a congestão nasal, cólicas menstruais e previne o câncer (cancro) de intestino e ovário.
  • Desde a Antiguidade, o gengibre é utilizado na fabricação de xaropes para combater a dor de garganta. Sua ação antisséptica pode ser a responsável por essa fama, tanto que muitos locutores e cantores revelam que entre os seus segredos para cuidar bem da voz está o hábito de mastigar lentamente um pedacinho de gengibre. No entanto, esse hábito (mascar gengibre e em seguida cantar ou falar, enfim, fazer uso da voz) é contra-indicado visto que o gengibre possui também propriedades anestésicas e esta "anestesia tópica" diminui o controle da emissão vocal, favorecendo o aparecimento de abusos vocais. 
No Japão, utiliza-se o gengibre para massagens a partir de óleo de gengibre são tratamentos tradicionais e famosos para problemas de coluna e articulações. Na fitoterapia chinesa, a raiz do gengibre é chamada de "Gan Jiang" e apresenta as propriedades acre e quente. Sua ação mais importante é a de aquecer o baço e o estômago, expelindo o frio. É usada contra a perda de apetite, membros frios, diarréia, vômitos e dor abdominal. Aquece os pulmões e transforma as secreções. A medicina ayurvédica reconhece a ação dessa planta sobre o sistema digestivo, indicadando‐a para evitar enjoos e náuseas, confirmando alguns dos seus usos populares, onde o gengibre é indicado na digestão de alimentos gordurosos.
  • O gengibre tem ação bactericida, é desintoxicante e acredita-se há séculos que possua poder afrodisíaco. Na medicina chinesa tradicional, por sua reconhecida ação na circulação sanguínea, é utilizado contra a disfunção erétil. O óleo de gengibre também é utilizado para massagear o abdômen, aquecendo o corpo e excitando os órgãos sexuais. 
Graças ao seu alto poder bactericida, tem-se comprovado que o consumo desta planta em estado cru por cerca de 30 dias (pode-se moer e acrescentar adoçante, mel, etc.) elimina a bactéria Helicobacter pylori existente em casos de gastrite ou úlceras.

Gastronomia:
  • O gengibre possui sabor picante e pode ser usado tanto em pratos salgados quanto nos doces e em diversas formas: fresco, seco, em conserva ou cristalizado. O que não é recomendado é substituir um pelo outro nas receitas, pois seus sabores são muito distintos: o gengibre seco é mais aromático e tem sabor mais suave. 
O gengibre fresco é amplamente utilizado na China, no Japão, na Indonésia, na Índia e na Tailândia. No Japão costuma-se usar o suco (do gengibre espremido) para temperar frango e as conservas "beni shouga", feitas com os rizomas jovens, que são consumidas puras ou com sushi. Já o gengibre cristalizado é um dos confeitos mais consumidos no Sudeste Asiático.Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha para fazer os tradicionais bonecos de gengibre para o Natal

Contraindicações:
  • O gengibre não deve ser utilizado por pessoas com problemas na pele, como acne e eczema. Também não deve ser utilizado por pessoas com febres muito altas, azia, hemorragia interna ou úlceras. Altas doses de gengibre podem causar em algumas pessoas efeitos secundários, como vômitos, diarreia, azia, irritação da boca, dor de estômago, erupção cutânea ou urticária, coceira, inchaço na boca, face, lábios ou língua, dificuldade para respirar e batimentos cardíacos irregulares. O óleo de gengibre não deve ser utilizado em altas concentrações.

Gengibre cristalizado ou bebidas à base de gengibre com um sabor mais acentuado 
aliviam os enjoos da gravidez,