quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O acidente Nuclear de Fukushima

Não está claro que efeito a ingestão desses alimentos teria sobre a população. 
Acredita-se que Fukushima e arredores  estejam livres da radiação em cem anos.

A Central Nuclear Japonesa de Fukushima Dai-ichi é uma das maiores Centrais Nucleares do mundo. Possui 6 Reatores Nucleares e uma capacidade de 5 Giga-Watt, tendo iniciado a produção de energia no final dos anos 70. Os dispositivos de segurança da Central não foram suficientes para conter os estragos provocados pelo sismo e Tsunami de 11 de Março, originando uma série de falhas catastróficas
  • Cerca de 203 toneladas de água altamente radioativa da Central Nuclear de Fukushima, no Japão, foram transferidas para instalações que não estavam preparadas para receber, informa comunicado da central.
  • A água contaminada foi extraída por quatro bombas "que não deviam estar funcionando" e enviadas para o porão central, em vez de ser encaminhada aos tanques especialmente preparados para esse fim, disse o porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), a operadora de Fukushima.
  • A empresa descartou o risco de contaminação da água que é transferida para fora das instalações da Central de Fukushima Daiichi, que também atinge o Oceano Pacífico, disse o porta-voz.
  • Esse último incidente ocorre depois de a Tepco ter anunciado, no sábado (12), que o nível de radioatividade de um vazamento de água contaminada, em 2013, acabou sendo 3,5 vezes maior do que o estimado inicialmente.
  • O principal desafio dos milhares de técnicos que trabalham diariamente em Fukushima é conseguir gerir a enorme quantidade de água contaminada que se acumula nos depósitos e porões dos reatores afetados.
O acidente nuclear de Fukushima Daiichi (福島第一原子力発電所事故, Fukushima Dai-ichi  pronúncia genshiryoku hatsudensho jiko) diz respeito a uma série de falhas de equipamentos da Central Nuclear de Fukushima I, no Japão, e de lançamentos de materiais radioativos no ambiente, em consequência dos danos causados pelo sismo de Tōhoku, seguido de tsunami, que ocorreu às 14:46 JST em 11 de março de 2011 . A central nuclear desenvolvida pela General Eletric é composta por seis reatores de água fervente em separado mantidos pela Tokyo Electric Power Company (TEPCO). Os reatores 4, 5 e 6 haviam sido fechados para manutenção antes do terremoto. Os reatores restantes foram fechados automaticamente após o terremoto e geradores de emergência foram iniciados para manter as bombas de água necessárias para resfriá-los. A central foi protegida por um dique projetado para resistir a um maremoto de 5,7 metros de altura, mas cerca de 15 minutos após o terremoto foi atingido por uma onda de 14 metros,que chegou facilmente ao topo do paredão. A planta inteira, incluindo o gerador de baixa altitude, foi inundada. Como consequência, os geradores de emergência foram desativados e os reatores começaram a superaquecer devido à deterioração natural do combustível nuclear contido neles. Os danos causados pela inundação e pelo terremoto impediram a chegada da assistência que deveria ser trazida de outros lugares, o que causou contaminação radioativa no mar de 265 becquerels por milímetro cúbico na costa leste japonesa. Segundo especialistas, o acidente ocorreu por causa da necessidade da empresa que operava o reator de reduzir custos com segurança e também por conta da conivência do governo com o baixo nível das inspeções na usina. A empresa dona da usina também foi acusada pelo site de notícias GizModo de terceirizar a limpeza do reator para a Yakuza e o descarte dos escombros mediante incineração. O acidente nuclear segundo o Japão Times emitiu 14 mil vezes mais radiação do que a Bomba de Hiroshima e deslocou 270 mil pessoas. O acidente nuclear emitiu mais isótopos radioativos de iodo e césio do que a usina de Chernobyl.

Operadora de Fukushima lançou ao mar mais de mil toneladas de água contaminada.

De acordo com uma nota da Tokio Electric Power (TEPCO), operadora da central nuclear, fortemente danificada no sismo e tsunami que atingiu a costa nordeste do Japão a 11 de março de 2011, o ácido clorídrico utilizado para neutralizar a água alcalina, estaria a verter num conjunto de tubos.
  • Os técnicos na central envolveram os tubos com um saco de vinil para conter o derrame e estão agora a investigar o problema que provocou a fuga.
Causas:

Devido à falta de arrefecimento pela água, os reatores, mesmo desativados, aqueceram levando a uma fusão parcial do núcleo nos reatores 1, 2 e 3; explosões de hidrogênio destruíram o revestimento superior dos edifícios de alojamento dos reatores 1, 3 e 4; uma explosão danificou o confinamento dentro do reator 2; e múltiplos incêndios eclodiram no reator 4. Além disso, as barras de combustível armazenado em piscinas de combustível irradiado das unidades 1-4 começaram a superaquecer os níveis de água nas piscinas abandonadas. Receios de vazamentos de radiação levaram a uma evacuação de 2000 km de raio ao redor da planta. Os trabalhadores da fábrica sofreram exposição à radiação e foram temporariamente evacuados em vários momentos. Em 11 de abril, as autoridades japonesas designaram a magnitude do perigo em reatores 1, 2 e 3 no nível 7 da Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES). A energia foi restaurada para partes da central nuclear em 20 de março, mas máquinas danificadas por inundações, incêndios e explosões permaneceram inoperantes.

Reações:

Medições realizadas pelo Ministério da Ciência e Educação do Japão nas áreas do norte do Japão entre 30 e 50 km da área apresentaram níveis altos de césio radioativo, suficientes para causar preocupação. Alimentos produzidos na área foram proibidos de serem vendidos. Foi sugerido que as medições mundiais de iodo-131 e de césio-137 indicaram que os lançamentos radioativos de Fukushima são da mesma ordem de grandeza que os lançamentos de isótopos do desastre de Chernobil em 1986; O governo de Tóquio recomendou que a água da torneira não deve ser usada temporariamente para preparar alimentos para crianças. Contaminação por plutônio foi detectada no solo em dois locais da central nuclear.
  • A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou em 27 de março que os trabalhadores da central foram internados por precaução, em 25 de março, por terem sido expostos a níveis de radiação entre 2 e 6 Sv em seus tornozelos quando em pé na água na unidade 3. A reação internacional ao acidente também era preocupante. O governo japonês e a TEPCO têm sido criticados por má comunicação com o público e esforços de limpeza improvisados. Especialistas dizem que uma força de trabalho de centenas ou mesmo milhares levariam anos ou décadas para limpar a área. Em 20 de março, o chefe de gabinete do secretário Yukio Edano anunciou que a estação seria desativada logo que a crise acabar.
Situação em 2014:
Vazamentos de material radioativo

Em 9 de abril de 2013, houve vazamento de água radioativa proveniente dos tanques subterrâneos de armazenamento, contaminando o solo e as água nas proximidades. A Tepco informou que o vazamento havia sido mínimo e que fora controlado, sendo que a água radioativa já havia sido armazenada numa área restrita. Na ocasião, a usina de Fukushima já tinha armazenado mais de 270 mil toneladas de água altamente radioativa, consumindo mais de 80% da capacidade de armazenamento da usina. A Tepco adiantou que a quantidade de água contaminada deve dobrar nos próximos três anos e que planeja atender a demanda de armazenamento através da construção de centenas de tanques de água adicionais, em meados de 2015.
  • Três meses depois, em 9 de julho, a Tepco informou que o nível de césio radioativo da água de um poço na área da usina era 90 vezes maior do que três dias antes, e que a água contaminada poderia se espalhar pelo Oceano Pacífico. A Tepco também informou que os níveis de césio-134 na água do poço estavam em 9.000 becquerels por litro, ou seja, 150 vezes o nível máximo permitido. Já o nível de césio-137 atingira 18.000 becquerels - 200 vezes o nível permitido. Foram os mais altos níveis de césio apresentados desde o desastre de março de 2011
Contaminação do Oceano Pacífico:

A Tepco usa diariamente um grande volume de água para refrigerar os reatores da usina que foram desativados após o acidente. Toda essa água é armazenada em mais de mil tanques construídos no local. Em contato com as varetas de combustível nuclear, a água se torna altamente radioativa e precisa ser armazenada em grandes tanques, onde passa por um processo de purificação. 400 toneladas de água radioativa são produzidas a cada dia em Fukushima.
  • Em agosto de 2013, quase dois anos e meio após o acidente nuclear, verificaram-se vários vazamentos de material radioativo e, ainda, a possibilidade de um grande transbordamento de água contaminada com material radioativo para o Oceano Pacífico, colocando em estado de emergência o complexo nuclear de Fukushima e acirrando as pressões sobre a Tepco. O governo do Japão acredita que os vazamentos de água estejam ocorrendo há dois anos.
A Tepco havia construído uma barreira subterrânea junto ao mar, mas a água proveniente dos reatores danificados está passando por cima da estrutura de contenção. Segundo um dirigente do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão, o volume de água despejado diariamente no Pacífico é de aproximadamente 300 toneladas. Segundo o jornal Asahi Shimbun, uma força-tarefa do governo japonês calculou em três semanas o prazo para a água contaminada chegar à superfície.
  • Nos últimos dois meses, a Tepco tem trabalhado com o Governo numa solução que consiste em congelar o solo em volta dos reatores, para impedir a saída de água radioativa e seu contacto com a água limpa que vem das montanhas. Para isso, será necessário fazer perfurações no solo e injetar um fluido refrigerante, num perímetro de 1,4 km. A metodologia nunca foi testada nessa escala e poderá custar 40.000 milhões de ienes (310 milhões de dólares).
Até pouco tempo atrás, a Tepco dizia que conseguira manter a água radioativa na região da usina e que havia sido bem sucedida em evitar que essa água fosse para o oceano. Tal afirmação foi contestada, e a Tepco afinal admitiu que provavelmente parte da água contaminada estaria vazando para o mar.
  • No final de agosto (2013), um vazamento dessa água radioativa usada no resfriamento de um dos reatores danificados fez a Tepco elevar o nível de risco de 1 para 3, na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (conhecida como escala Ines, sigla de International Nuclear and Radiological Event Scale), que vai até 7. De fato já houve pelo menos quatro vazamentos semelhantes. Aparentemente, a causa desses eventos está na vedação dos tanques de armazenamento. Segundo Neil Hyatt, professor da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, "para manter o ritmo de armazenamento da água radioativa, a Tepco optou por usar tanques com vedação plástica. Rachaduras nessas vedações foram as causas no vazamento". Acredita-se que 30% dos tanques tenham sido construídos dessa forma. Os efeitos da nuvem radioativa chegaram até a costa oeste do Canadá.

O sistema de descontaminação da água  utilizada no arrefecimento dos reatores na central  Fukushima foi hoje parado devido a uma fuga química, revelou o operador da central (14/08/2014) .