domingo, 16 de fevereiro de 2014

Cafeína - (C8H10N4O2)

Além do café, podemos encontrar cafeína em: refrigerantes, chá mate, chá verde, chocolate em pó e bebidas energéticas.

  • A cafeína mesmo sendo considerada uma droga e também causar dependência química, é a mais consumida no mundo, pois além dela ser encontrada no café é também encontrada em alimentos como o chocolate, guaraná, cola, chá-mate e no cacau. Este composto também pode ser encontrado em analgésicos e inibidores de apetite. A quantidade ideal é considera cerca de 300 mg por dia, ou seja, 2 a 3 xícaras de café ou então 5 a 6 latas de refrigerantes derivados de cafeínas, como os com extrato de cola.
A cafeína apresenta-se sob a forma de um pó branco ou pequenas agulhas, que derretem a 238 °C e sublimam a 178 °C, em condições normais de temperatura e pressão. É extremamente solúvel em água quente, não tem cheiro e apresenta sabor amargo. Entre o grupo das xantinas (que incluem a teofilina e a teobromina) a cafeína é a que mais atua sobre o sistema nervoso central. Atua ainda sobre o metabolismo basal e aumenta a produção de suco gástrico.
  • Doses terapêuticas de cafeína estimulam o coração aumentando a sua capacidade de trabalho, produzindo também dilatação dos vasos periféricos. Em excesso a cafeína pode causar agitação, ansiedade, dor de cabeça, insônia, também causa a contração das veias e artérias o que dificulta a circulação sanguínea e acelera os batimentos cardíacos. Para as mulheres grávidas é recomendado que se tome pouco ou até mesmo corte o café, pois pode causar deformações fetais ao bebe.
Porém, além de trazer alguns malefícios à saúde, ela também ajuda no aumento da concentração, melhora o humor, diminui a fadiga, controle de peso e apesar de causar dores de cabeça se consumida em excesso, alguns médicos usam o café como tratamento de enxaqueca, porque ela contrai os vasos sanguíneos que normalmente são os causadores da dor de cabeça. Ela também traz efeitos no sistema respiratório, pois possui um aumento discreto da frequência e intensidade da respiração. 
  • Um grande benefício, porém ainda em fase de estudo é que essa substância pode ajudar na doença do Mal de Parkinson, pois ajuda a amenizar a doença ou até mesmo impedi-la de se manifestar. Para as mulheres também tomar pouco antes da menstruação ajuda nos sintomas da TPM. A cafeína possui um grande efeito diurético, o que por sua vez pode causar desidratação com atividades prolongadas. Uma curiosidade desta substância é que ela é incluída nos regulamentos de doping de todas as federações desportivas, para ser considerada doping a dose deve ser a partir de 12mcg/ml, o que se consegue com a quarta xícara. 
Todo produto que contenha a cafeína pode ser consumido, porém sem exagero, dependendo da pessoa pode causar problemas graves a saúde, como qualquer outra droga também pode levar ao vício, onde começa causar os danos a saúde.

Propriedades químicas:
  • A cafeína é um composto químico de fórmula C8H10N4O2 — classificado como alcalóide do grupo das xantinas e designado quimicamente como 1,3,7-trimetilxantina. É encontrado em certas plantas e usado para o consumo em bebidas, na forma de infusão, como estimulante. A cafeína atua no sistema nervoso central e também causa o aumento da produção de suco gástrico, o que é grave para pessoas com úlcera digestiva. Ela também ativa o estado de alerta, pois bloqueia a recepção da adenosina.

A cafeína, também chamada de: metil-xantina, está presente em diversas regiões do mundo, estudo realizado pelo departamento de psicologia da UNIFESP, comprovou que, sim, cafeína pode ser considerada uma droga, e devido à facilidade de obtenção e o consumo generalizado da mesma, conclui-se que ela é a droga mais utilizada no mundo. Um copo de café contém aproximadamente 85mg de cafeína.
  • A cafeína apresenta-se sob a forma de um pó branco (não, ela não tem a cor preta, nem marrom, nem castanha como se poderia supor), cristalino, de aspecto brilhante, sem cheiro e com um sabor muito amargo.Presente de forma natural, em mais de 60 plantas, a cafeína tem sido consumida e apreciada desde tempos ancestrais, provavelmente desde o paleolítico. Há relatos de que a mesma é consumida pelos chineses desde o século III a.C. De acordo com uma lenda popular chinesa, o imperador Shennong descobriu acidentalmente que folhas caídas ao acaso em potes de água fervente davam origem à uma bebida perfumada e revigorante, o chá, sendo esta a bebida mais antiga contendo cafeína.
É natural que a história da cafeína esteja intimamente ligada ao café, principal fonte natural da droga. Admite-se que o café, do jeito que conhecemos hoje, é originário da Etiópia, tendo-se difundido na península arábica e daí para o resto do mundo.Mais interessante que a história da cafeína, são seus efeitos no corpo humano, e os diferentes usos que as pessoas fazem da substância. Tudo em excesso faz mal, e com a cafeína não é diferente, existem benefícios e malefícios no uso da droga.
  • A cafeína é estimulante, amplamente utilizada em academias como “termogênico”, ou seja, um acelerador metabólico, ao acelerar o metabolismo, consequentemente, aumenta a queima de gordura e produz um “emagrecimento” de forma mais rápida, além de tornar o corpo mais resistente à fadigas musculares.Além de acelerar o metabolismo, ela deixa as pessoas mais atentas, tendo efeito sobre a descarga das células nervosas e a liberação de neurotransmissores e de alguns hormônios como a adrenalina. Uma simples xícara de café forte tomada em jejum pode produzir em poucos minutos um aumento de acuidade mental e sensorial, além de elevar o nível de energia, causando bem-estar e deixando a pessoa mais alerta.
Além de ser usada em academia e em tarefas que requerem atenção, a cafeína pode ser utilizada no auxilio da dor de cabeça, por ser vasoconstritora, ela inibe os efeitos da vasodilatação, que ocorrem quando há enxaquecas e dores de cabeça.Recheada de polifenois, um poderoso antioxidante, a cafeína, em concentrações moderadas, combate o envelhecimento das células e mantém as pessoas com uma aparência mais jovial, além de melhorar o humor, agindo diretamente nas células nervosas e no cérebro, mantendo o estado de excitação e sensação de revigoramento.
  • Estudo realizado no Centro Médico Beth Israel, hospital ligado à Universidade de Harvard afirma que: tomar 4 xícaras de café por dia, é possível reduzir em até 11% as chances de desenvolvimento de insuficiência cardíaca, isso por que, a cafeína favorece o controle do nível de colesterol do sangue, pois diminuiu a oxidação do colesterol ruim (LDL)
No entanto, não são apenas benefícios que ocorrem no uso da cafeína, se consumida em excesso, a droga causa problemas digestivos, como acidez gástrica, pois estimula a produção de ácidos digestivos. Ainda com relação a problemas digestivos, não recomenda-se a ingestão da substância por quem tem osteoporose ou alguma deficiência de cálcio, pois a presença da cafeína no organismo, dificulta a absorção do mineral.Se você tem problemas pra dormir e acorda frequentemente de madrugada para ir ao banheiro, evite bebidas que contenham cafeína, pois além de ser estimulante, a substância age também como diurético.
  • Lembrando que a cafeína foi taxada como uma droga, portanto seu uso crônico pode causar dependência, pois ocorrem adaptações celulares que causam tolerância aos efeitos que a cafeína produz. Quem ingere cafeína de forma crônica, quando diminui sua ingestão, mesmo que pouco quanto a quantidade a qual estavam habituadas, podem apresentar dores de cabeça, letargia, ansiedade e nervosismo, explica a Nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein, Tatiane Muniz Oliveira.Fazendo uma análise rápida, pode-se concluir que há mais benefícios do que malefícios na ingestão da cafeína, porém se consumida com moderação podemos aproveitar de forma quase que completa apenas seus efeitos positivos.


Molécula de cafeina

Cápsulas de Cafeína:
  • Muita gente está afim de perder aqueles quilinhos extras que adquiriu ainda nas festas de fim de ano e que não querem sair por nada desse mundo. Você já deve ter tentando inúmeras dietas, mas o resultado foi infrutífero e frustrante. Existe um grupo de alimentos chamados de termogênicos que podem te ajudar a turbinar a perda de peso. Entre eles temos a pimenta, o gengibre, o chá verde e uma bebida bem simples que existe na mesa de qualquer brasileiro: o café. 
O café é famoso na mesa dos brasileiros e a bebida predileta dos norte americanos. A cafeína é utilizada desde a era paleolítica por seus efeitos no Sistema Nervoso Central e só chegou à Europa no século XVI, mas o seu potencial ainda era desconhecido, pois a nobreza só bebia chá. A cafeína também pode ser encontrada em outras bebidas como as quem contêm cacau, cola, chocolate ou chá, em remédios como analgésicos e está em mais de 60 espécies de plantas, como a camellia sinensis, de onde extraem o chá verde. 
  • Estima-se que cerca de 80% das pessoas do mundo tomam café todos os dias, mas a quantidade não é possível de ser identificada. Nós, dos países latino americanos temos a fama de tomar um café bastante concentrado enquanto que nos Estados Unidos, a população prefere um café bem mais diluído, chegando até mesmo ser descafeinado. Os maiores produtores de café no mundo somos nós brasileiros e os cubanos. Entre os grandes consumidores estão os EUA, Inglaterra, Itália e a Escandinávia.
Compostos relacionados:
  • Metilxantinas relacionados 
  • Teofilina (1,3-dimetil-xantina) 
  • Teobromina (3,7-dimetil-xantina) 
  • Paraxantina (1,7-dimetil-xantina) 
  • Acefilina(ácido 2-(1,3-dimetil-2,6-dioxo-purin-7-il)acético) 
  • Pentoxifilina (3,7-dimetil-1-(5-oxohexil)-xantina) 
  • Proxifilina (7-(2-hidroxipropil)-1,3-dimetil-xantina) 
Uma xícara média de café contém, em média, 100 mg de cafeína. Já numa xícara de chá ou um copo de alguns refrigerantes encontram-se quarenta miligramas da substância. Sua rápida ação estimulante faz dela poderoso antídoto à depressão respiratória em consequência de intoxicação por drogas como morfina e barbitúricos. 
  • A ingestão excessiva pode provocar, em algumas pessoas, efeitos negativos como irritabilidade, ansiedade, dor de cabeça e insônia. Os portadores de arritmia cardíaca devem evitar até mesmo dosagens moderadas, ainda que eventuais, da substância. Altas doses de cafeína excitam demasiadamente o sistema nervoso central, inclusive os reflexos medulares, podendo ser letal. Estudos demonstraram que a dose letal para o homem é, em média, de 10 g. 
Uma equipe da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, Maryland, descobriu que a cafeína estimula certas memórias, pelo menos até 24 horas após o consumo. Segundo o estudo, publicado na revista Nature Neuroscience, a cafeína tem um efeito positivo sobre a memória a longo prazo em humanos.

O café e a saúde:

A maioria das pessoas que consomem café diariamente desconhece as substâncias saudáveis e os seus efeitos terapêuticos:
  • O consumo moderado de café (de três a quatro xícaras por dia) exerce efeito de prevenção de problemas tão diversos como o mal de Parkinson, a depressão, o diabetes , os cálculos biliares e o câncer de cólon. Além disso melhora a atenção e, consequentemente, o desempenho escolar e a produtividade no trabalho. 
  • O café contém vitamina B, lipídios, aminoácidos, açúcares e uma grande variedade de minerais, como potássio e cálcio, além da cafeína. 
  • O café tem propriedades antioxidantes, combatendo os radicais livres e melhorando o desempenho na prática de esportes. 
  • Doenças como infarto, malformação fetal, câncer de mama, aborto, úlcera gástrica ou qualquer outro tipo de câncer não estão associadas ao consumo moderado de cafeína. Segundo alguns estudos, o seu consumo poderá mesmo baixar o risco de cancro da próstata. 
  • Melhora a taxa de oxigenação do sangue. 
A cafeína chega às células do corpo em menos de 20 minutos após a ingestão do café. No cérebro, a cafeína aumenta a influência do neurotransmissor dopamina. Entre os malefícios causados pelo consumo excessivo de café podemos listar:
  • Ação diurética compulsiva causadora de perda de minerais e oligoelementos, aminoácidos e vitaminas essenciais. 
  • Causa enfraquecimento do organismo através da perda de sódio, potássio, cálcio, zinco, magnésio, vitaminas A e C, bem como do complexo B. 
  • Possui relação direta com a doença fibroquística (eventualmente precursora do “câncer da mama”). 
  • Pode causar o aparecimento de polipos (primeiro estágio do câncer no aparelho digestivo), verrugas, psoríases e outras afecções dermatológicas. 
  • Reduz a taxa de oxigenação dos neurônios. 
  • Provoca uma maior secreção de ácido clorídrico, causando irritações nas mucosas intestinais que causam colites e ulcerações, principalmente para quem sofre de gastrite. 
  • Sua ação é acidificante do sangue, propiciando o surgimento de leucorreias, cistites, colibaciloses e variados acessos fúngicos.
    Atualmente, o Café é considerado "a bebida do sistema capitalista", devido às propriedades que a cafeína confere aos seus usuários, levando-os a obterem melhor rendimento e produtividade no meio profissional.

    Cápsulas de Cafeína

    História do café:
    • A história do café começou no século IX. .O café é originário das terras altas da Etiópia (possivelmente com culturas no Sudão e Quênia) e difundiu-se para o mundo através do Egito e da Europa. Mas, ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa — local de origem da planta —, e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho"(قهوة), devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe. 
    Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que seus carneiros ficavam mais espertos ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava. 
    • Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros. Seu cultivo se estendeu primeiro na Arábia, introduzido provavelmente por prisioneiros de guerra, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islã. O Iêmen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo Árabe. 
    O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia. Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de kahwah ou cahue (ou ainda qah'wa, do original em árabe قهوة). Enquanto na língua turco otomana era conhecido como kahve, cujo significado original também era "vinho". A classificação Coffea arabica foi dada pelo naturalista Lineu. 
    • O café no entanto teve inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. No entanto, logo o café venceu essas resistências e até os doutores muçulmanos aderiram à bebida para favorecer a digestão, alegrar o espírito e afastar o sono, segundo os escritores da época.
    Na Ásia, África e América:
    • Em 1475, surgiu em Constantinopla a primeira loja de café, produto que para se espalhar pelo mundo se beneficiou, primeiro, da expansão do islamismo e, em uma segunda fase, do desenvolvimento dos negócios proporcionado pelos descobrimentos. 
    Na Inglaterra, em 1652, foi aberta a primeira casa de café da Europa ocidental, seguindo-se a Itália dois anos depois. Em 1672, cabe a Paris inaugurar a sua primeira casa de café. Foi precisamente na França que, pela primeira vez, se adicionou açúcar ao café, o que aconteceu durante o reinado de Luís XIV, a quem haviam oferecido um cafeeiro em 1713. Por volta de 1570, o café foi introduzido em Veneza, Itália, mas a bebida, considerada maometana, era proibida aos cristãos e somente foi liberada após o papa Clemente VIII provar o café.
    • Na sua peregrinação pelo mundo o café chegou a Java, alcançando posteriormente os Países Baixos e, graças ao dinamismo do comércio marítimo holandês executado pela Companhia das Índias Ocidentais, o café foi introduzido no Novo Mundo, espalhando-se nas Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico e Cuba. Gabriel Mathien de Clieu, oficial francês, foi quem trouxe para a América os primeiros grãos.Ingleses e portugueses tentaram a sua sorte nas zonas tropicais da Ásia e da África.
    Lavouras de café no Brasil:
    • Em 1727, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, a pedido do governador do Estado do Grão-Pará, lançou-se numa missão para conseguir mudas de café, produto que já tinha grande valor comercial. Para isso, fez uma viagem à Guiana Francesa e lá se aproximou da esposa do governador da capital Caiena. Conquistada sua confiança, conseguiu dela uma muda de café-arábico, que foi trazida clandestinamente para o Brasil. Das primeiras plantações na Região Norte, mais especificamente em Belém, as mudas foram usadas para plantios no Maranhão e na Bahia, na Região Nordeste.
    As condições climáticas não eram as melhores nessa primeira escolha e, entre 1800 e 1850, tentou-se o cultivo noutras regiões: o desembargador João Alberto Castelo Branco trouxe mudas do Pará para a Região Sudeste e as cultivou no Rio de Janeiro, depois São Paulo e Minas Gerais, locais onde o sucesso foi total. O negócio do café começou, assim, a desenvolver-se de tal forma que se tornou a mais importante fonte de receitas do Brasil e de divisas externas durante muitas décadas a partir da década de 1850. 
    • O café era escoado das fazendas depois de secados nos terreiros de café, no interior do estado de São Paulo, até as estações de trem, onde eram armazenados em sacas, nos armazéns das ferrovias, e, depois embarcado nos trens e enviado ao Porto de Santos, através de ferrovias, principalmente pela inglesa São Paulo Railway. 
    O sucesso da lavoura cafeeira em São Paulo, durante a primeira parte do século XX, fez com que o Estado se tornasse um dos mais ricos do país, permitindo que vários fazendeiros indicassem ou se tornassem presidentes do Brasil (política conhecida como café-com-leite, por se alternarem na presidência paulistas e mineiros), até que se enfraqueceram politicamente com a Revolução de 1930.

    O fim do tráfico e seus efeitos: 
    • O tráfico negreiro era um dos negócios mais lucrativos da economia brasileira e movimentava muito dinheiro. Com sua proibição, os capitais antes aplicados na compra de escravos foram deslocados para outras atividades. Ocorreu assim um incremento das indústrias, das ferrovias, dos telégrafos e da navegação. Junto com o café, o fim do tráfico proporcionou o início da modernização brasileira. 
    Reagindo aos efeitos da extinção do tráfico negreiro, os cafeicultores recorreram ao tráfico interprovincial e desenvolveram uma política de atração de imigrantes europeus para suas lavouras. As lavouras decadentes da cana-de-açúcar no Nordeste ampliaram a venda de escravos para as lavouras do Centro-Sul, que se transformaram na principal região escravista do país. Porém, o trabalho dos imigrantes só ganharia peso na década de 1880, quando os cafeicultores já não conseguiam segurar os escravos nas fazendas, devido à força da campanha abolicionista.

    O café e a geada: 
    • O café foi plantado no oeste do estado de São Paulo, nos lugares mais altos, os espigões, divisores das bacias dos rios que desembocam no rio Paraná, lugares menos propensos à geadas que as baixadas dos rios. Nestes espigões foram também construídas as ferrovias e as cidades do Oeste de São Paulo, longe da malária que era comum nas proximidades dos rios. O café em São Paulo sofreu sobremaneira com a "grande geada de 1918" e a geada de 18 de julho de 1975, que atingiu também o norte do estado do Paraná, dizimando todos os cafezais das regiões de Londrina e Maringá.
    A valorização do café:
    • O mais conhecido convênio de estados cafeeiros para obter financiamento externo para estocagem de café em armazéns a fim de diminuir a oferta externa e conseguir preços mais elevados para o mesmo foi o Convênio de Taubaté de 1906. 
    O pressuposto da retenção de estoques de café era a crença de que depois de uma safra boa, seguiria-se uma safra ruim, durante a qual o café estocado no ano anterior seria exportado. 
    • A partir da década de 1920, a valorização do café tornou-se permanente, aumentado muito o volume estocado, fazendo os preços se elevarem, atraindo com isso novos países produtores ao mercado fazendo concorrência ao Brasil. Com a crise de 1929, a partir do governo de Getúlio Vargas, todos os estoques de café tiveram que ser queimados para os preços subirem. 
    A escolha foi feita de modo a manter o café como um produto destinado às elites. Ou seja, o governo preferiu queimar o café à vendê-lo por um preço mais baixo, o que o tornaria acessível a qualquer cidadão da época. Foram queimados de 1931 a 1943, 72 milhões de sacas, equivalentes a 4 safras boas. A partir de 1944, a oferta de café passou a ser regulada por convênios entre países produtores.

    Consumo e produção atual no Brasil:
    • Atualmente o Brasil consome anualmente 20 milhões de sacas de café, o que corresponde a 173 bilhões de xícaras. Apesar de ser o principal exportador do grão sem valor agregado, o volume de café torrado e moído exportado diminui a cada ano. Com o aparecimento dos cafés blends, que misturam cafés de várias procedências, o café brasileiro perde competitividade, já que a lei brasileira impede a importação de café verde de outros países.
    Na Europa:
    • O invento da cafeteira, já em finais do século XVIII, por parte do conde de Rumford, deu um grande impulso à proliferação da bebida, ajudada ainda por uma outra cafeteira de 1802, esta da autoria do francês Descroisilles, onde dois recipientes eram separados por um filtro. 
    Os estabelecimentos comerciais na Europa consolidaram o uso da bebida do café, e diversas casas de café ficaram mundialmente conhecidas, como o Café Nicola, em Lisboa, onde se encontravam políticos e escritores, sendo de realçar o poeta Bocage, o Virgínia Coffee House, em Londres, e o Café de La Régence em Paris, onde se reuniam nomes famosos como Rousseau, Voltaire, e Diderot.
    • Em 1822, uma outra invenção surge em França, a máquina de café expresso (do italiano spremutom ou seja, espremido), embora ainda não passasse de um protótipo. Em 1855, foi apresentada em uma exposição, em Paris, uma máquina mais desenvolvida, mas foi na Itália que a aperfeiçoaram. 
    Assim, coube aos italianos, apenas em 1905, comercializar a primeira máquina de expresso, precisamente no mesmo ano em que foi inventado um processo que permitia descafeinar o café. Em 1945, logo após o final da Segunda Guerra Mundial, a Itália continua tendo a primazia sobre os expressos e Giovanni Gaggia apresenta uma máquina onde a água passa pelo café depois de pressionada por uma bomba de pistão. O sucesso foi notório.

    Ocorrência da cafeina: 
    • Cafeína é encontrada em muitas espécies de plantas, sua função no organismo vegetal é atuar como uma espécie de pesticida natural, elevados níveis de cafeína são encontrados em mudas jovens que ainda estão desenvolvendo folhagens, mas ainda não possuem proteção mecânica; a cafeína paralisa e mata determinados insetos que se alimentam na planta. 
    Altos níveis de cafeína também foram encontrados no solo na terra circunvizinha de mudas e grãos de café. Por essa razão é que se imagina que a cafeína tem uma função natural como praguicida e inibidor de germinação de sementes de outras mudas de café nas proximidades possibilitando assim uma maior chance de sobrevivência. As principais plantas que contém o princípio ativo cafeína são:
    • Erva-Mate: folhas e talos da Ilex paraguariensis. 
    • Café: sementes da Coffea arabica. 
    • Chá: folhas da Camellia sinensis. 
    • Cacau: frutos da Theobroma cacao. 
    • Guaraná: frutos da Paullinia cupana. 
    • Cola: Cola acuminata. 

    Quem aprecia aquele café fresquinho, no final da tarde, muita das vezes, não tem noção dos benefícios que o grão pode trazer para o corpo e para a alma.